O governador de Mato Grosso Mauro Mendes (DEM) externou ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) sua preocupação com o comércio exterior depois das queimadas e o aumento do desmatamento na Amazônia. Mauro propôs “por o dedo na ferida” em relação ao tema e melhorar a comunicação com o mundo sobre as queimadas na Amazônia.
Durante reunião entre o presidente e os governadores dos estados que compõem a Amazônia Legal, Mauro destacou que Mato Grosso é o maior produtor do país e ficou preocupado com os dados do desmatamento e com a que classificou de “guerra de comunicação” que foi gerada depois do episódio.
Mendes criticou o presidente da França, Emmanuel Macron, dizendo que ele “surfa nas cinzas da Amazônia”. Para Mauro, o presidente da França aproveita o episódio para colocar “barreira verde” aos produtos do Brasil.
O governador de Mato Grosso ainda falou sobre as áreas indígenas do Brasil. Segundo o democrata, há mais de 20 anos se fala em riquezas nas áreas indígenas do Brasil e que “tirar essa riqueza” não destruiria 5% das áreas. O gestor defendeu que é preciso ter coragem de fazer as mudanças necessárias.
Em resposta ao governador, o presidente Jair Bolsonaro criticou a imprensa brasileira, disse que o Jornal Nacional, em 26 de agosto, foi “vergonhoso e serviu aos interesses estrangeiros”.
O presidente disse que três unidades de conservação em Mato Grosso estão com os estudos prontos e que depende de decisão do presidente. Segundo Bolsonaro, a criação das Unidades de Conservação poderia inviabilizar Mato Grosso.
Inovação nas aldeias
Mauro Mendes disse ainda que índios parecis plantaram 10 mil hectares de soja em Mato Grosso.
“Estão extremamente felizes. A Funai os autorizou a plantar soja, mas o Ibama foi lá e deu uma multa bilionária [quase R$ 130 milhões, na verdade]. É preciso ter a coragem de debater e reescrever alguns marcos jurídicos neste país”, defendeu o governador.