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Leitos disponíveis em Mato Grosso podem ficar sufocados em dois meses

Estudo da UFMT leva em consideração uma taxa de 100 pessoas infectadas a cada 10 mil habitantes

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Leitos disponíveis em Mato Grosso podem ficar sufocados em dois meses
Foto: Secom-MT

A disponibilidade de leitos em Mato Grosso para tratamento de pacientes da covid-19 ficará sufocada, se o contágio atingir a média de 100 pessoas a cada 10 mil habitantes nos próximos dois meses. 

Os leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) têm a pior projeção, com quase a ocupação total das vagas. A demanda chegaria a 96% dos leitos disponíveis na reta final do período. 

Os dados constam em uma nota técnica divulgada nesta quinta-feira (16) pelo Departamento de Geografia e o Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). 

É o primeiro grande estudo que avalia a disponibilidade de leitos gerais, de UTI e ventiladores pulmonares em Mato Grosso. Para isso, foi considerado o histórico de ocupação deles por pacientes de outras doenças no passado. 

Os dados foram compilados pelos pesquisadores Emerson Soares do Santos, Peter Zheilhofer e Ana Paula Muraro. 

A avaliação do estrangulamento do sistema de saúde em três meses segue uma proporção de infecção pela covid-19 em Mato Grosso desde o primeiro caso, registrado no dia 20 de março. 

Nesses 26 dias, o número casos confirmados pela Secretaria de Saúde (SES) subiu para 151, conforme o último boletim epidemiológico divulgada na tarde de quarta-feira (15).

A proporção, até agora, é de 0,42 infecções para cada 10 mil habitantes. 

Desde o início da pandemia, o isolamento social teve como objetivo evitar o colapso do sistema de saúde, no caso de muitas pessoas ficarem doentes ao mesmo tempo (Freepik/ilustrativa)

Distribuição de leitos 

O estudo aponta, com base em dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e do Sistema de Informação Hospitalares (SIH/SUS) do Ministério da Saúde, a quantidade de 4.829 leitos em Mato Grosso, sendo 3.386 do Sistema Único de Saúde (SUS) e 1.444 em hospitais particulares. 

A proporção é de 13,7 leitos para a cada grupo de 10 mil habitantes. 

O estudo não leva em conta a criação de novos leitos, anunciados pelo governo do Estado há pouco mais de três semanas. 

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Conforme a nota técnica, a projeção do cenário para os próximos três meses é de uma ocupação de 82% dos leitos gerais hoje disponíveis nas redes hospitalares pública e privada. 

Somando os ventiladores e as UTIs, a situação melhora no nível estadual com 87% de uso. No entanto, o estudo aponta má distribuição de leitos pelo Estado. 

As regiões de Cuiabá (18,5 leitos/10 mil hab.) e Água Boa (16,4/10 mil hab.) têm as maiores taxas, em contraponto com as regiões de Sinop (8,95), São Félix do Araguaia (9,23) e Tangará da Serra (9,85). 

Em outras regiões, as cidades polos concentram os leitos. É caso de São Félix do Araguaia, onde estão os 23 leitos disponíveis da região; Alta Floresta, que tem 85% dos 60 leitos; Cáceres, com 62% dos 151 leitos; e Colíder, com 76% dos 73 leitos disponíveis.

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