Consumo

Venda de imóveis caiu até 60% em Cuiabá e Várzea Grande

Setor alerta para colapso e pede suavização de regras de isolamento social

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Venda de imóveis caiu até 60% em Cuiabá e Várzea Grande
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

A venda de imóveis caiu entre 40% e 60% em Cuiabá e Várzea Grande devido à crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus. O impacto também foi percebido nos alugueis, que reduziram cerca de 30% para novas locações.

A avaliação é do vice-presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci) em Mato Grosso, Claudecir Contreira. Ele afirma ainda que grande parte dos contratos em vigor estão sendo renegociados ou cancelados.

Para Contreira, a situação pode ficar ainda pior com o eventual endurecimento das regras de isolamento social, que impactaram todo o setor da construção civil.

Conforme o Conselho, todas as empresas que atuam no setor, desde a venda de materiais para construção até a comercialização das edificações, eram responsáveis por 130 mil empregos em Mato Grosso, porém grande parte desses postos de trabalho já foi desativada.

“Acho que as regras devem respeitar a peculiaridade de cada estabelecimento. Um escritório imobiliário, uma loja de bairro e um canteiro de obra não é a mesma coisa que um supermercado”, justifica.

O vice-presidente do Creci explica que, em Cuiabá, grandes empreendimentos estão parados, como o Residencial Atenas, localizado às margens da Avenida das Torres. Lá, 500 casas foram entregues e outras 1,5 mil estão em construção.

Mas as obras foram paralisadas, funcionários demitidos e, por consequência, as vendas pararam. Quanto às pessoas que já fecharam negócio, acabaram prejudicadas com relação aos prazos.

“Neste caso, o empresário continua com a estrutura funcionando, porém, sem poder fazer nada. Dificilmente as unidades vão ter o valor de custo conforme o previsto. Certamente, será mais caro”, alerta.

Obras paralisadas ou com ritmo reduzido; lojas de materiais para construção sem atender grandes orçamentos: representantes do setor estão apreensivos (Agência Brasil)

Renegociações de alugueis

Contreira está aconselhando todos os proprietários de imóveis a analisarem as propostas dos inquilinos, para repactuação dos alugueis. Ele explica que a procura por este tipo de ajuste está muito alta e está sendo exigido do locatário que comprove a perda da renda.

“Tem gente que é funcionário público e não teve nenhuma perda de salário e que aproveitar-se da situação. Aí também não podemos aceitar, porque o dono do imóvel vive do valor do aluguel”, argumenta.

Segundo o vice-presidente do Creci, a maior parte dos imóveis residenciais disponíveis para locação representam a renda ou um complemento de renda para o dono. Geralmente, são pessoas mais velhas que investiram em um imóvel para garantir mais conforto na aposentadoria.

Sendo assim, o não pagamento do valor pode levá-los a uma situação de vulnerabilidade muito grande.

Pelo menos, foi baseado neste cenário que as lideranças do setor imobiliário conseguiram barrar um artigo do Projeto de Lei 1.179/20, que permitia o não pagamento de alugueis e impossibilidade de despejo durante a pandemia.

O projeto, aprovado pelo Senado sem o artigo que se referia ao “calote” devido à crise, ainda precisa passar por votação na Câmara dos Deputados.

No texto, há a impossibilidade de uso capião e o fim das liminares de desocupação em 15 dias.

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