O governo de Mato Grosso quer pagar um auxílio de R$ 150 para 100 mil famílias do Estado que vivem na extrema pobreza pelos próximos três meses. O “Ser Mais Família Emergencial” deve ser pago em um cartão usado exclusivamente para alimentação.
O projeto será encaminhado para a Assembleia Legislativa e depende da aprovação dos deputados. Na ALMT, o projeto tramitará em regime de urgência e deve ser votado na quarta-feira (17).
As famílias contempladas serão escolhidas pela Secretaria Estadual de Assistência Social, com base no Cadastro Único. Serão selecionadas famílias que tenham renda familiar mensal de R$ 89.
Não será permitida a compra de álcool, tabaco, cosméticos e combustíveis com o dinheiro do benefício.
“Esse é o Estado que alimento o mundo. Tantas e tantas riquezas saem desse Estado e temos aqui pessoas que mal conseguem se alimentar”, refletiu o governador Mauro Mendes (DEM), nesta terça-feira (16), durante o lançamento do projeto.
O auxílio será pago através de uma parceria entre o Executivo e a ALMT. Dos R$ 45 milhões a serem investidos, a maior parte (R$ 35 milhões) virá dos cofres do governo. Os R$ 10 milhões restantes serão poupados do repasse do duodécimo ao Legislativo.
Falta de apoio e oposição
Sem citar nomes, Mendes criticou a falta de apoio à proposta. “O governo pode ajudar e está ajudando. A Assembleia pode ajudar e está ajudando. Muitos empresários também estão ajudando. Agora, tem muita gente que poderia, mas não está ajudando”, declarou.
O Estado não prevê a prorrogação do auxílio, mas disse estar preparado para “estender a mão, mas também criar condições para que essas famílias não precisem da ajuda”, finalizou Mendes.
Os diretórios estadual e municipal do PT, representado pelos deputados Lúdio Cabral e a vereadora de Cuiabá, Edna Sampaio, entraram com um mandado de injunção no Tribunal de Justiça de Mato Grosso pedindo alteração no valor e no prazo do programa.
Os petistas querem que o Estado pague um salário mínimo por mês enquanto durar a pandemia.
“O Estado de Mato Grosso teve um superávit de mais de R$ 3 bilhões no ano passado na arrecadação e o governo não poderia dar um tapa na cara da população mais vulnerável oferendo apenas um auxílio de três parcelas de R$ 150”, afirmou em nota Lúdio Cabral.