Política

Fim das coligações e fusão de DEM e PSL são sinais da mudança política no Brasil

Partidos com baixa densidade eleitoral tendem a ser incorporados aos maiores ou serão extintos, com redução de chances políticas

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Fim das coligações e fusão de DEM e PSL são sinais da mudança política no Brasil

O Senado aprovou nessa quinta-feira (23) a reforma do Código Eleitoral sem o retorno das coligações para os cargos eleições proporcionais. Os partidos não poderão se unir em 2022 para concorrer a cargos na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. 

Essa alteração deve mudar o jogo político e atuação dos partidos dentro da Câmara a partir do próximo ano, já que cerca de 60% das bancadas são compostas por políticos que conseguem mandato por meio de acordo das coligações. 

O cientista político João Edisom diz que a tendência é que os partidos façam fusão para sobreviver no tabuleiro das eleições. As mudanças vão gerar distinção de espectro ideológico, hoje pouco claro no Brasil, tanto quanto lutas por ocupação de cadeiras. 

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“Nós não temos partidos políticos no Brasil, nós temos um monte de grupos que querem continuar a receber o dinheiro de fundo de financiamento e, para isso, precisam se eleger. Mas se você perguntar para algum desses políticos qual é a bandeira ideológica do partido, eles não vão saber responder”, afirma. 

A confusão sobre a distinção partidária, segundo o cientista, é o que leva à união de grupos que, nas casas de atuação representativa, se posicionam de lados opostos do tabuleiro. É o caso do PSDB e do PT para concorrer às eleições em Santa Catarina, em 2018. 

A direta em busca de distinção 

O encaminhamento da união entre DEM e PSL é uma amostra de que a busca por sobrevivência é urgente em bandeira partidária de qualquer cor. Se for concretizada a fusão, a sigla que surgirá será um exemplo de mais uma situação da política brasileira. 

Além da facilidade com a qual as agremiações abrem mão dos estatutos para continuar no jogo político, eles vão criar uma nova frente ao Partido dos Trabalhadores (PT), considerado a sigla com mais filiados. 

O DEM, considerado uma versão de centro-direita do MDB, tende a ganhar uma posição de maior destaque à direita, enquanto o PSL, que pretende ser liberal, mas não tem uma ideia clara do nicho, deverá revisar seu estatuto. 

“A direita está em busca de organização. São partidos que se baseiam em torno de caciques e, por isso, não duram muito em grupo, em partido. Eles viram que o jogo de 2018 não deu certo pra eles, agora buscam um novo formato. Mas o problema de ideologia, de saber quem eles são, continua”, disse o cientista João Edisom. 

DEM e PSL vão formar a maior bancada no Congresso Nacional em 2022 e a consequência será a maior fatia dos fundos de financiamento político e eleitoral.

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