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Ex-comandante da PM é preso e presta depoimento

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Ex-comandante da PM é preso e presta depoimento

Gcom-MT

Coronel PM Zaqueu Barbosa

 

Preso preventivamente, o coronel Zaqueu Barbosa, ex-comandante da Polícia Militar de Mato Grosso, foi ouvido na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, em Cuiabá, por volta das 17h30 desta terça-feira (23). Ele teve a prisão decretada pelo juiz Marcos Faleiro da Silva por suspeita de envolvimento num suposto esquema de grampos clandestinos operado por policiais militares conhecido como “barriga de aluguel”.

Como é um militar de alta patente, Zaqueu foi acompanhado pelo atual comandante da PM, coronel Jorge Luiz de Magalhães. Ele passou por um exame de corpo de delito ainda no Fórum de Cuiabá após uma audiência de custódia e em seguida foi encaminhado ao Batalhão de Operações Especiais (Bope), onde ficará preso preventivamente. O cabo Gerson Luiz Ferreira Golveia Júnior também teve a prisão decretada e passou pelos mesmos procedimentos antes de ser levado ao Batalhão da Rotam.

Os dois militares estão no centro das denúncias feitas pelo promotor Mauro Zaque, ex-secretário de Estado de Segurança Pública. Zaque afirma ter alertado o governador sobre as suspeitas de escutas ilegais e pedido a demissão do então comandante da PM. Taques afirma que as denúncias não foram formalizadas e que o assunto se tratava de uma “rusga” entre os dois. Já o cabo Gerson Ferreira era integrante do Núcleo de Inteligência da PM e assinou alguns pedidos de grampos à Justiça.

Na decisão, o juiz afirma que Zaqueu é “apontado como mandante das ordens de ações militares de interceptações telefônicas” e “mantinha contato pessoal com magistrados para viabilizar os grampos clandestinos”. O magistrado manifesta preocupação com a presença do cabo Gerson Ferreira na Casa Militar, citando que ele “tem acesso ao software e hardware de interceptação militar, o que facilita ingressar no sistema para consumir, apagar e/ou destruir provas/indícios de crime.” 

Governo de Mato Grosso

Coronel Zaqueu Barbosa

Coronel Zaqueu Barbosa e o promotor Mauro Zaque, então secretário de Segurança Pública de Mato Grosso

 
Entenda o caso
O esquema de grampos ilegais veio à tona no dia 11 de maio, quando o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, pediu exoneração do cargo. O esquema teve início nas eleições de 2014, quando Silval Barbosa (PMDB) era governador e Pedro Taques (PSDB) disputava as eleições. Em 2015, depois da vitória de Taques, novos nomes foram incluídos. A manobra é conhecida como barriga de aluguel: números de pessoas comuns, sem qualquer ligação com uma investigação, são colocados num pedido de quebra de sigilo à Justiça. 

As denúncias foram feitas pelo promotor e ex-secretário de Segurança Pública (Sesp) Mauro Zaque, amigo do tucano havia mais de 20 anos. Zaque afirma ter avisado o governador Pedro Taques, por diversas vezes, sobre os grampos. O governador afirmou que denúncias verbais eram “fofoca” e que a documentação com a denúncia nunca chegou às suas mãos.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e o Ministério Público Estadual (MPE) já determinaram varreduras nos pedidos de interceptações telefônicas autorizados desde 2014. A Polícia Militar (PM) abriu uma investigação interna, e a denúncia também foi remetida à Procuradoria Geral da República (PGR). 

 Atualizada às 18h21

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