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Empresário diz que Permínio o aconselhou a não pagar propina

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Empresário diz que Permínio o aconselhou a não pagar propina

Ednilson Aguiar/O Livre

Ricardo Sguarezi, dono da construtora Aroeira

Ricardo Sguarezi, dono da construtora Aroeira, presta depoimento à Justiça 

O empresário Ricardo Sguarezi, dono das construtoras Aroeira e Relumat, prestou depoimento na tarde desta terça-feira (6) à Justiça e confirmou o esquema de pagamento de propina por parte de empreiteiras na Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Sguarezi disse que procurou Permínio Pinto, então secretário da pasta, para denunciar as cobranças feitas pelo servidor Fábio Frigeri.

“Falei com o Permínio e ele me disse que não era para pagar, que ele iria ver o que fazer. Depois, me encontrei de novo com o Fábio e ele reforçou que eu tinha que pagar sim e que o Permínio falou aquilo pela posição em que ele estava”, relatou.

O empresário disse que acabou concordando em pagar o suborno porque a secretaria estava atrasando os pagamentos devidos à construtora. Depois disso, contou, passou a receber em dia. Segundo ele, o percentual era de 5% inicialmente, mas depois foi reduzido para 3%. 

Sguarezi afirmou que o empresário Giovani Guizardi, que já confessou participação nos crimes, também fazia as cobranças. “Até fiquei surpreso que um empresário cobrasse propina de outro empresário, normalmente é um servidor”, disse. Ele também concordou em pagar, por meio da empresa Relumat, R$ 30 mil mensais por quatro meses. Os pagamentos acabaram somando R$ 125 mil – R$ 5 mil a mais que o combinado. “O que passou foi um agrado”, disse o empresário. O dinheiro teria ficado com Guizardi.

Rêmora

A Operação Rêmora investiga a cobrança de propina em contratos de obras da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) durante o início do governo Pedro Taques (PSDB). Servidores cobravam valores indevidos para que empresas do ramo da construção recebessem débitos que tinham junto à pasta e também foi organizado um cartel entre as construtoras para direcionamento das licitações da Seduc. Obras de reformas e também medições foram alvo da suposta organização criminosa. Ao menos R$ 1,2 milhão foi arrecadado pelo empresário Giovani Guizardi, da Dínamo Construtora

No núcleo que operava o esquema, estariam, além de Guizardi, os servidores Wander Luiz dos Reis e Fábio Frigeri. Cerca de 15 empresários teriam concordado com o pagamento de propinas na Seduc.

Em depoimentos ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e à Justiça, Guizardi afirmou que os recursos eram direcionados a um “núcleo político” envolvido no esquema: o ex-secretário da Seduc Permínio Pinto – que repassaria recursos ao deputado federal Nilson Leitão (PSDB), o deputado Guilherme Maluf (PSDB) e o empresário Alan Ayoub Malouf – que teria débitos a receber da campanha do governador Pedro Taques. Todos já negaram anteriormente qualquer envolvimento com o esquema.

 

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