Ednilson Aguiar/O Livre
A comercialização da safra de soja 2017/18 ainda não começou, e a rentabilidade da nova safra permanece incerta. Neste mesmo período em 2016, quase 3% da produção já tinham sido vendidos. O único sinal positivo para o produtor até o momento foi a queda de 9,1% registrada no custo da produção.
Para cultivar um hectare neste ciclo, o produtor precisou desembolsar R$ 2,176 mil. Para a próxima safra, este valor deve ficar R$ 200 mais barato. Segundo especialistas, a redução foi embalada pela queda do dólar. Essa é a primeira queda registrada no custo da produção desde o início da série histórica (safra 13/14) elaborada pelo Imea.
No entanto, os produtores não têm muito o que comemorar. De acordo com o instituto, a tendência é que o preço do grão caia no próximo ano, saindo dos atuais R$ 66,19 (média) para R$ 55,71 de média. Isso quer dizer que o produtor precisará colher ao menos 50,6 sacas por hectare para cobrir o custo variável da nova safra. “Esta é a maior produtividade necessária já registrada no comparativo com as outras safras”, diz boletim.
A produtividade média deste ciclo ficou em 55,06 sacas por hectare, sendo necessárias aproximadamente 33 sacas para cobrir o custeio das lavouras. Isso inclui a compra de sementes, defensivos, fertilizantes e operação de máquinas. Além destes custos, o produtor precisa calcular ainda gastos com transporte, armazenagem, depreciação e impostos como Funrural, Fethab I e II e FACS – Fundo de Apoio à Cultura da Soja.
Milho
Imea
Em relação ao milho, a nova estimativa do Imea para a safra 2017/2018 aponta custo total de R$ 2.627 por hectare, ficando R$ 91 abaixo do consolidado no ano anterior (R$ 2.718/hectare). “Esse recuo se deve, principalmente, ao reajuste da taxa de câmbio, que deve tornar mais favorável a compra de insumos”.
O ponto de equilíbrio necessário para cobrir os custos, segundo especialistas, está estimado em R$ 19,10 a saca, enquanto na safra atual o preço é de R$ 20,73. Em ambas as safras a produtividade média é de 110 sacas/hectare. “A paridade para julho/2017 vem sendo pressionada para baixo nos últimos meses”, desta o instituto. Diante desse cenário, os economistas recomendam atenção redobrada pelo produtor durante as negociações. Até o momento apenas 38,67% da safra 2016/2017 foi comercializada no estado.