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Crédito e formação: indígenas pontuam o que impede o desenvolvimento agrícola nas aldeias

Representantes indígenas aproveitaram evento com o presidente Bolsonaro para cobrar governos federal e estadual a prestar auxílio

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Crédito e formação: indígenas pontuam o que impede o desenvolvimento agrícola nas aldeias
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

Indígenas da etnia Parecis aproveitaram a presença do presidente da República, Jair  Bolsonaro, e do governador Mauro Mendes (DEM), no Seminário Regional de Etnodesenvolvimento, para apresentar as demandas de pontos cruciais para um maior desenvolvimento de suas atividades agrícolas.

Dentre elas, está a liberação de créditos e o pedido de construção de uma escola técnica. Para esta última, inclusive, os indígenas deixaram claro que precisam de um apoio, mas garantiram que tirarão, sozinhos, o projeto do papel, caso não tenham aporte.

Projeto e fomento

O projeto de construção de uma escola técnica em terra indígena foi apresentado pelo líder pareci, Arnaldo Zunizakae aos governantes, na manhã desta quinta-feira (19), no Hotel Fazenda Mato Grosso.

Em seu discurso, Zunizakae pontuou que os indígenas têm suas necessidades econômicas e que precisam ser exploradas. Portanto, é preciso que os gestores continuem abrindo portas para as discussões.

“Temos necessidades de formar profissionais e, depois, é nossa obrigação buscar campo de recolocação desses indígenas”, explica o líder pareci. “Queremos que vocês nos ajudem a fazer ou faremos sozinhos”, garantiu Zunizakae.

Plano de escola técnica em terra indígena é apresentada a Bolsonaro (Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

Já a equipe de representantes da Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti Nambikawara e Manoki (Coopihanama) levou o projeto da sede para pleitear uma linha de crédito de financiamento para a construção.

O diretor secretário da Coopihanama, Kevelen Zokezomaiake, relata que os vizinhos da cooperativa conseguem esse tipo de incentivo. O que não se estende para os indígenas.

A Coopihanama realiza duas safras: uma de soja e outra de feijão e milho. O quadro de funcionários conta com 200 contratações celetistas. Em tempos de colheita, esse número duplica.

“Porém, não temos nenhum tipo de incentivo financeiro. Não temos nenhuma linha de financiamento que contemple a gente. Nós trabalhamos e é isso que queremos para o nosso povo”, destacou.

Novas ações

(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

Durante o evento que reuniu Jair Bolsonaro, Mauro Mendes e representantes indígenas, o governador de Mato Grosso afirmou que está sendo elaborado um fundo garantidor para alavancar créditos.

“O Estado de Mato Grosso será o avalista para R$ 2 bilhões possam ser colocados à disposição de pequenos, micros e médios empreendedores”, explicou Mendes. “Esse fundo garantidor terá um ‘start’ especial para que os povos indígenas possam ter essa garantia, esse aval do Estado para ter um crédito que nunca tiveram”, garantiu o governador.

Já o governo federal, que fez a entrega de tratores aos produtores agrícolas durante o Seminário, garantiu que serão investidos mais R$ 2 milhões em novos tratores e equipamentos para os indígenas.

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