Ednilson Aguiar/O Livre
Coral da UFMT durante ensaio
O Coral da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) canta em português, espanhol, inglês, alemão, francês e até mesmo em suailí – uma das línguas oficiais do Quênia, da Tanzânia e de Uganda, com um repertório que vai da erudição da música clássica à música pop. Toda essa diversidade posta em prática em 2017 só poderia ser realizada com a experiência de quem completou 37 anos de existência em abril.
Fundado em 1980, o grupo já se apresentou por diversas cidades de Mato Grosso, especialmente aquelas que a UFMT possui campi, em Estados do Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste, além de países como Uruguai, Argentina e Paraguai.
A maturidade musical do coral também tem a ver com quem está à sua frente – literalmente, durante os ensaios e apresentações. A maestrina Dorit Kolling, professora da UFMT, responde pela direção artística do grupo desde 1989 e recebeu recentemente a comenda Ordem do Mérito Cultural “Maestro Carlos Gomes”, em São Paulo. O prêmio foi entregue por trabalhos relevantes nas áreas de arte, cultura e ensino.
“Meu nome foi recomendado pela Sociedade Brasileira de Arte, Cultura e Ensino [Sbace]. Eles premiam e homenageiam pessoas que desenvolvem trabalhos nessas áreas e eu acho que é um reconhecimento importante do trabalho que eu desenvolvo aqui, mas que eu não faço sozinha”, diz. “Faço junto ao Coral da UFMT e também aos alunos da universidade desde 1988”, conta Dorit, que começou o trabalho com o coro um ano depois de sua chegada em Cuiabá, em 1989.
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Maestrina recebeu comenda Ordem do Mérito Cultural “Maestro Carlos Gomes”
Fazem parte do coral alunos, professores e técnicos da UFMT, além de ex-alunos e também pessoas de fora da universidade. Anualmente, o grupo recebe novos cantores, que devem passar por uma seleção – aqueles que inicialmente não tenham capacidade para fazer parte do grupo principal podem participar do “laboratório coral” e integrar o coro mais tarde.
No dia 23 de julho, o Coral UFMT se apresenta no Teatro Universitário ao lado do grupo folclórico Flor Ribeirinha. O grupo de vozes da universidade irá apresentar parte do repertório que a maestrina cita como um dos que teve grande reação do público mato-grossense, Coral UFMT Canta Beatles. Enquanto isso, o Flor Ribeirinha irá apresentar seu já tradicional Siriri e parte da arrecadação dos ingressos será destinada aos custos de uma viagem do grupo a um festival na Alemanha.
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Música popular e erudita convivem no repertório do grupo formado por alunos e servidores da UFMT, além outras pessoas de fora da universidade
Apresentado pela primeira vez em maio deste ano, o repertório com músicas do quarteto de Liverpool tem agradado o público e causado reações até inesperadas, de acordo com a maestrina. Mesmo quem supostamente não teria idade para conhecer as canções em sua época de lançamento tem reagido positivamente – os ingressos para o concerto foram esgotados em dois dias.
“Pela gama e diversidade de pessoas que fazem o coral, não dá para ficar restrito a um tipo de música só. A música que a gente procura fazer é a música boa, a música de qualidade, a música gostosa. Eu acho que é importante que os cantores façam música erudita, sim, até porque é a música que não tem espaço na mídia”, afirma a regente. “Mas na música popular brasileira a gente tem compositores maravilhosos, tem músicas estupendas que são muito fortes, que são muito significativas, e não tem como deixar, é o mundo em que a gente vive”.