Pré-candidato à presidência da Federação das Industrias de Mato Grosso (FIEMT), o empresário Kennedy Sales quer mudar os rumos da entidade. Segundo ele, a atual administração, encabeçada pelo industrial Jandir José Milan não consegue mais representar os interesses da classe.
Dessa forma, ele vem construindo a plataforma da sua candidatura baseado na ideia da novidade e da redução do papel do estado na economia industrial. Frases como “a Fiemt não pode ser submissa” e “o governo não deve interferir na economia” são constantes em seu discurso. Ao mesmo tempo, porém, ele defende o que chama de “necessidade” de existirem incentivos fiscais para as indústrias.
Confira as cinco perguntas que Sales respondeu para o LIVRE:
1 – Por que a maior parte dos empresários é a favor do Estado mínimo, mas adora um incentivo estatal?
O Governo realmente deve interferir minimamente no desenvolvimento da economia. Mas deve garantir os direitos básicos do cidadão previstos na Constituição Federal.
Sobre os incentivos em Mato Grosso, eu digo: estamos no Centro-Oeste brasileiro, com todos os problemas de logística, frete caro, energia elétrica com altos impostos, insegurança jurídica constante, e se colocar isso tudo na balança qual a atração para uma indústria vir para Mato Grosso? Por isso o incentivo fiscal é necessário, ele coloca na balança uma vantagem e torna Mato Grosso competitivo com os estados como São Paulo e os do Sul e Sudeste.
Como o próprio nome diz, os incentivos são uma forma de incentivar que empresas se instalem no Estado, gerando emprego, fazendo a economia evoluir e o dinheiro circular no estado incentivador.
2 – No lançamento da sua candidatura, o senhor criticou a subserviência da Fiemt ao governo estadual. Essa subserviência é em função dos contratos que o atual presidente tem com o governo?
Acredito que é muito difícil qualquer gestor de uma instituição ir para o embate com o governo quando tem muitos negócios próprios com esse mesmo governo.
Para a indústria conseguir uma melhora é preciso negociar fortemente com o Estado. Hoje, a federação está parcial, está subserviente. O que é triste, pois a Fiemt sempre foi protagonista, e precisa manter este papel.
3 – A delação de Silval mostrou que existe (ou pelo menos existia) uma relação muito promíscua entre empresários e políticos em Mato Grosso. Não é possível vencer licitações sem pagar propina?
O que posso afirmar é que existe empresário sério e político sério. A regra é fazer negócios entre pessoas sérias, sem corrupção. O que aconteceu no Governo Silval foi a exceção, em que empresários e políticos não-sérios se uniram.
Os empresários sérios são a maioria, são pessoas honestas, direitas e que pagam seus impostos e querem trabalhar de acordo com a legislação do nosso país. Mas infelizmente em todos os setores há pessoas não-sérias: na política, no empresariado e até na mídia.
4 – A Fiemt é um grande trampolim político?
Não sei o que você quer dizer com trampolim politico. O que sei é que a Fiemt tem grande representatividade em Mato Grosso. São 11 mil indústrias, que geram mais 150 mil empregos. Discutimos melhorias para o setor e nos envolvemos em questões que afetam as indústrias, fazemos política o tempo.
Agora, ingressar na política partidária depende da vontade de cada um, o que é totalmente legítimo. Não há impedimento nenhum. Um empresário que tem independência, que atenda o interesse da população, que defenda as demandas da indústria e saiba que será avaliado pela crivo popular tem todo o direito de disputar uma vaga. Mais do que isto, temos vários exemplos de pessoas que saíram do empresariado, disputaram eleições e se mostraram ótimos gestores públicos.
5 – Quem é a sua Jack Kennedy?
Tenho minha Valéria Kennedy, minha esposa e companheira. Uma pessoa maravilhosa. Na hora que precisa ela me critica e também me apoia nos momentos certos. É ela que toma conta de tudo. Mulher batalhadora que começou a trabalhar aos 18 anos de idade. Enfim uma pessoa que eu tenho maior admiração e que espero que continue apoiando meus projetos.