Política

Candidatos mais criticam do que apresentam propostas na reta final de campanha

Debate, às vésperas do fim do horário eleitoral gratuito, teve pouco espaços para ideias para resolver gargalos em saúde e educação

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Candidatos mais criticam do que apresentam propostas na reta final de campanha
(Foto: Reprodução/Ednilson Aguiar)

Os candidatos ao governo de Mato Grosso fizeram críticas ao desempenho dos serviços públicos em algumas áreas, mas poucas soluções foram propostas, durante o debate da TV Centro América na noite dessa terça-feira (27). 

Os alvos principais alvos das críticas foram a educação e a saúde, que nos últimos anos foram mais afetadas direta ou indiretamente pela situação da pandemia do novo coronavírus. 

O nível da qualidade do ensino continua bem abaixo da meta estabelecida no Ministério da Educação (MEC), o fechamento das escolas por mais de um ano reflete nisso; e os serviços em saúde de fora do combate à difusão do contágio do novo coronavírus, também suspensos no mesmo período, ainda não votaram ao normal. 

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A troca de modais, VLT por BRT, que ocupa a agenda dos governos desde 2014, com problema de corrupção e entrave na conclusão ou não da obra – seja quem for ocupar o cargo nos próximos quatro anos ainda terá que lidar com o assunto-, foi citada apenas uma vez, e de passagem, já nas considerações finais dos candidatos. 

O Livre selecionou as principais respostas dos candidatos Mauro Mendes (União Brasil), Márcia Pinheiro (PV), pastor Marcos Ritela (PTB) e Moisés Fraz (Psol) para temas macros no estado. 

A regra do debate foi de pergunta livre e selecionada com uma resposta por candidato a cada do bloco. Nem todos comentaram o mesmo assunto. 

Saúde 

Márcia Pinheiro: “A saúde está um caos. As pessoas precisam andar mais de mil quilômetros para vir fazer tratamento aqui em Cuiabá. Nós temos hoje serviço de ‘ambulânciaterapia’. Se não fosse o HMC (Hospital Municipal de Cuiabá), a situação estaria pior. Todo dia, toda hora chegam ambulâncias aqui, vinda do interior com pacientes que não tem onde se tratar”. 

Moisés Franz: “Você não consegue fazer exame de alta complexidade, a arrecadação aumentou e a saúde está um caos. Não há hospital em Mato Grosso para se fazer hemodiálise, os poucos que fazem estão a quilômetros de distância. A arrecadação do governo multiplicou de 2018 pra cá, e saúde continua um caos”. 

Mauro Mendes: “Não está tudo cor de rosa, mas existem ações concretas para mudar essa situação. Os hospitais regionais estão sendo modernizados e estão construindo novos hospitais. Tudo isso vai melhorar muito a saúde”. 

Pastor Marcos Ritela: “A saúde de Mato Grosso está abandonada. Eu digo isso porque perdi parente que precisava de atendimento em hospital e não conseguiu. Você, cidadão, sabe o que estou falando é verdade, porque você não tem dinheiro para pegar avião para ir se tratar em São Paulo, nos melhores hospitais”. 

Educação 

Márcia Pinheiro: “O governo diz que o índice de educação melhorou, mas as pessoas estão sem escola para estudar. Mais de 70 salas de aula foram fechadas, os professores estão desvalorizados. As escolas precisam ser abertas e não fechadas. O ensino tem que chegar para aquelas pessoas precisam, ter acesso para os cursos profissionalizantes”. 

Moisés Franz: “Em 2020, o ensino de Mato Grosso estava 22ª colocação, uma das piores no Brasil e vimos o governo fazer pouca coisa para melhorar isso. O ensino é uma área importante, que deve ter ação do estado, para reduzir a desigualdade”. 

Mauro Mendes: “O índice da qualidade do ensino (Ideb) mostra que nos três últimos anos, Mato Grosso subiu três posições na qualidade de ensino. As escolas ficaram um ano fechada por causa da pandemia, mas nós estamos trabalhando para melhorar a qualidade. O material de aula está dentre os melhores, os professores estão recebendo notebook, e alguns alunos tablet para informatizar a educação”. 

Pastor Marcos Ritela: “Nós precisamos investigar no ensino profissionalizante, qualificar as pessoas para entrar no mercado de trabalho. Muitos jovens estão lá na favela querendo uma oportunidade para trabalhar, buscar seu futuro, eles não querem receber cesta básica, eles querem condições para comprar seu próprio alimento, eles querem dignidade”. 

Carga de impostos 

Moisés Franz: “Precisamos rever a Lei Kandir, que isenta os barões do agronegócio, que ganham milhões, enquanto o trabalhador paga todos impostos. Nós precisamos equilibrar essa medida. Pandemia, os produtores rurais ganharam milhões e não pagaram um centavo de imposto, e o trabalhador vem bancando o estado”. 

Mauro Mendes: “Nós fizemos redução de imposto para 140 itens em vários segmentos nos últimos, reduzimos as multas acessórias que eram abusivas. Não taxamos o sol, a lei que cobra imposto da geração solar é de 2012, eu só cumpri a lei. Mas, eu coloquei o estado no prumo e reduzi impostos”. 

Pastor Marcos Ritela: “Todos os produtos baixados para 17% [na alíquota do ICMS] foram por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Também vamos acabar com pedágio porque o Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação) tem que fazer manutenção das rodovias”. 

Infraestrutura 

Márcia Pinheiro: “Primeiramente, queremos pavimentar as rodovias. O Fethab foi criado por Dante de Oliveira [governador de Mato Grosso entre o fim da década 1990 e o começo da de 2000] para construir casa e asfaltar rodovias e não aconteceu nada. Nós revisar os contratos de pedágio e suspender a cobrança. O cidadão pode pagar pedágio e Fethab, é uma coisa ou outra”. 

Moisés Franz: “O governo [estadual] não fez nada em quatro anos e agora diz que quer mais quatro para fazer. Enquanto isso, as mortes de pessoas, de família aumentam nas BR’s. Não o problema da rodovia BR-163, tem também a BR-158. Nossos políticos deveriam ter resolvido isso, no Congresso, mas não fizeram nada”. 

Mauro Mendes: Amanhã [hoje] vamos para Brasília para acompanhar um julgamento do TCU de um acordo com a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) para resolver esse problema da BR-163. É um problema federal, mas quem sente somos nós. Nós vamos resolver isso com a mesma garantia de que estamos construindo mais de 2 mil quilômetros de asfalto. 

 

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