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Ações da PF resultaram em mais de R$ 13,5 milhões em prejuízo para garimpos ilegais

Em 2021, foram realizadas pelo menos 8 operações para coibir a prática criminosa. Os trabalhos resultaram na apreensão e destruição dos maquinários

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Ações da PF resultaram em mais de R$ 13,5 milhões em prejuízo para garimpos ilegais
O delegado federal Roberto Moreira da Silva Filho e o superintendente da Polícia Federal, Sérgio Mori, apresentaram o balanço dos trabalhos deste ano (Foto: Ednilson Aguiar / O Livre)

O trabalho de repressão ao garimpo ilegal em terras indígenas de Mato Grosso, realizado pela Polícia Federal, resultou em um prejuízo milionário aos criminosos que atuam na região Norte do Estado. Contando apenas o maquinário destruído ou apreendido nas operações, o total estimado é R$ 13.740.000.

Agora, os delegados e agentes trabalham para identificar os responsáveis pelos equipamentos e também os garimpeiros que atuam nessa atividade ilegal.

O balanço foi apresentado pelo superintendente da PF, em Mato Grosso, Sérgio Mori, em parceria com o delegado de combate aos crimes ambientais, Roberto Moreira da Silva Filho. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (13).

Operações em Sararé

Silva Filho lembrou que neste ano foram realizadas ao menos 8 ações, sendo a última delas, neste mês, que foi a quarta fase da operação Alfeu.

A área investigada está em Pontes e Lacerda (470 km de Cuiabá) e resultou na inutilização de 3 garimpos ilegais, que hoje praticamente já se tornaram uma área só de exploração são eles: Sararé, da Babalu e Cooperpontes. Esse último, inclusive, é uma cooperativa que está embargada. No local foram apreendidos ainda 50 motores estacionários e também foram destruídos diversos acampamentos.

De acordo com o delegado, a terra indígena Sararé foi alvo de 5 ações apenas em 2021, sendo 4 delas por parte da PF e uma do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Vista do garimpo em Sararé (Foto: Divulgação /PF)

A primeira operação da PF no local foi em março, com a segunda fase da operação Alfeu. Depois, ocorreu outra em setembro, a Alfeu III fase um, e fase dois em outubro.

O delegado explicou que é feito um monitoramento via satélite o qual demonstrou que, apesar das operações, após a saída da polícia, os garimpeiros voltavam às mesmas áreas para retomar as extrações. Por isso, foi necessário retornar tantas vezes.

Também foram alvos de operações policiais da PF, as terras indígenas de Aripuanã e a Reserva Roosevelt. Os trabalhos de fiscalização contam com outros agentes como Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Militar (PM), Ibama e Fundação Nacional do Índio (Funai).

Apreensões

O destaque as operações vai para as apreensões. De acordo com a PF, foram apreendidas ou destruídas 41 escavadeiras e 240 motores estacionários. Com preços estimados a partir de R$ 300 mil e R$ 6 mil, respectivamente, o prejuízo aos garimpos ilegais fica acima dos R$ 13,5 milhões.

A PF estima que as ações de degradação ambiental tenham depredado uma área de aproximadamente 2 mil hectares.

Silva Filho esclareceu que o maquinário em sua grande parte é destruído porque muitas vezes estão em área de difícil acesso ou ainda, os garimpeiros causam algum tipo de dano, na parte elétrica, por exemplo, para evitar a retirada do equipamento do local pela polícia.

Quando não é possível retirar o equipamento, é feito a queima no local onde está (Foto: Assessoria / PF)

Contudo, caso seja possível remover a máquina, é feita a destinação dessas máquinas, como aconteceu com duas delas apreendidas este ano. Uma foi destinada para a Prefeitura de Cuiabá e a outra para a Funai.

Investigações continuam

O delegado Silva Filho informou que as investigações continuam para identificar os garimpeiros que atuam nas regiões de extração mineral ilegal. O trabalho é realizado posterior, com base nos documentos deixados para trás durante a fuga dessas pessoas.

A PF frisou que agora nos garimpos existe também uma figura já conhecida nas áreas de tráfico de drogas: o “fogueteiro”. Cabe a ele, avisar com fogos de artifício, a chegada da polícia.

Delegado Roberto Moreira da Silva Filho explica que é muito difícil realizar prisões em flagrante nos garimpos (Foto: Ednilson Aguiar / O Livre)

“Então, os garimpeiros fogem para dentro das matas e florestas, deixando para trás mochilas e documentos”, disse o delegado. Por isso, apesar de todo o trabalho ostensivo, apenas uma pessoa foi presa em flagrante, quando estava com uma das máquinas usadas na extração mineral.

“O ouro não conseguimos encontrar ali porque eles [garimpeiros] levam consigo na fuga”, complementou Silva Filho. Todavia, as apurações continuam para determinar o caminho percorrido por esse ouro extraído de maneira ilegal.

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