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5 perguntas ao empreendedor Mario Yamasaki, o juiz do “coraçãozinho” do UFC

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5 perguntas ao empreendedor Mario Yamasaki, o juiz do “coraçãozinho” do UFC

Polêmico, com discurso forte e um ar de mistério que não deixa claro se é muito sério ou apenas tímido, Mario Yamasaki ficou conhecido pela sua atuação na arbitragem do UFC, o maior torneio de artes marciais do mundo. Sempre antes de autorizar o início de um combate, apresenta sua marca registrada: um simpático coração feito com suas mãos, o que causa algum choque com o clima esperado antes das brutais batalhas no ringue.

Apaixonado por lutas, ele foi bem cedo para os Estados Unidos, onde atuou como garçom, motorista de caminhão e limusine, entre outros trabalhos. Mas foi com a abertura de uma academia que teve sucesso financeiro.

O ingresso no UFC surgiu a partir de um pedido dos organizadores do torneio para a realização do evento no Brasil. Na oportunidade, ele ingressou como árbitro, ficando conhecido do grande público com a arbitragem da luta entre Anderson Silva e Victor Belfort. Palestrante inspirador, Mario é hoje proprietário de uma rede de academias com 13 unidades nos EUA, República Dominicana e Europa, além de ser um investidor “anjo” (presente apenas financeiramente) em outros negócios.

Yamasaki esteve em Sinop (500 km de Cuiabá) para uma palestra sobre empreendedorismo, onde nos contou tudo sobre a sua trajetória.

 1 – Você foi para fora do país para viver o tão falado sonho americano. Qual é a realidade?

Não foi fácil. Quando cheguei nos Estados Unidos, em 1988, e falava do Brasil, eles pensavam que aqui só tinha índios e mulheres peladas, e a gente tem que superar isso. Meu primeiro emprego foi entregar jornal. Aí, depois, fui conseguindo outras oportunidades, até chegar onde eu queria, que era o esporte. Hoje, tenho orgulho de tudo o que conquistei, porque sei que deixei minha marca lá com minhas academias, com tudo que ensinei. Então acredito mesmo que vivi esse sonho.

2 – Como foi seu ingresso no UFC?

Eu realmente não esperava entrar como árbitro, foi mesmo sem querer. Meu irmão trabalhava em uma academia em São Paulo e ficou sabendo que eles precisavam desse apoio, lembrando que na época não existia internet e nenhuma das facilidades que temos hoje, e eu sem querer encontrei um flyer no chão no dia que o pessoal estava lá na minha área e fui até eles. Hoje faz 19 anos que estou no UFC.

3 – Recentemente você teve que enfrentar a fúria do público por um “erro” que teria cometido na arbitragem. Como você lida com essas polêmicas?

Eu acho que a gente vai ficando com a casca grossa, porque a internet é muito bruta e se você ficar lendo tudo o que dizem você começa a ter negatividade e ficar mal com isso. Após 19 anos de ser xingado (minha mãe, coitada), eu aprendi a não ligar para isso. Lógico que nos primeiros dias é duro, mas temos que aprender a lidar com isso, não lendo muita coisa.

4 – Como você acredita que alcançou o sucesso financeiro e no esporte?

Por que eu sou diferenciado? Porque eu não tenho medo de errar e as pessoas têm muito medo de errar. Eu sempre tento, já fiz diversas coisas que não deram certo, mas é isso que temos que fazer. Se você for conferir a história de quem deu certo vai constatar que um inventor, por exemplo, teve muitos erros até chegar no produto final desejado, e é com esse pensamento que eu sigo a minha vida. Tudo que eu faço uso como escada. Às vezes até quero uma escada rolante, mas não dá (risos), então, aos poucos, você erra, cai, volta até ganhar a luta.

5 – Mesmo com a trajetória de sucesso, você passou por um duro nocaute, chegando à falência. Como isso aconteceu?

Eu acreditei que meu dinheiro nunca mais ia acabar. A minha folha de pagamento era de 240 mil dólares por mês. Para quem chegou no EUA com mil dólares e sem falar inglês, achei que isso nunca mais ia acabar, mas acabou, porque eu não cuidei das coisas direito. Outro fator da minha falência foi que o Estados Unidos quebrou, e nesse momento sua cabeça fica muito ruim, e aí é nessa hora que os fortes são diferenciados, é nessa hora que você tem que ter disciplina e pensamento positivo. É como se fosse todo dia um ano novo, não esperar segunda para fazer as coisas, começa agora e já. Foi assim que retomei o sucesso financeiro ainda melhor.

Após todo esse processo, vi que tinha uma boa história para contar e inspirar pessoas a tomar uma atitude. Foi assim que ingressei no mundo das palestras. Quando eu comecei a dar palestras, eu tinha muita dor ainda, porque o que eu queria mesmo era contar essa amargura de ter sido roubado, de ter sido enganado, de ter perdido. E hoje quem assiste minhas palestras vê que é totalmente diferente. Hoje quero compartilhar minhas vitórias e fazer as pessoas mais felizes.

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