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Valor da arroba diminui, mas consumidor não sente

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Valor da arroba diminui, mas consumidor não sente

O valor da arroba do boi gordo encerrou janeiro com o menor índice dos últimos cinco anos, cerca de R$ 126, queda 1,14% ante o mesmo período de 2016. Desde novembro último, a arroba do boi gordo registra desvalorização, mas o preço da carne permanece inalterado nas gôndolas.

De 2005 até hoje, o preço médio do quilo da carne no varejo subiu 284% e chegou a R$ 21,84 kg, enquanto o valor pago para o produtor registrou aumento de 157%. A diferença é de 127 pontos percentuais entre a saída do boi da propriedade até sua chegada na mesa do consumidor.

Para o diretor executivo da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, o cenário não é uma surpresa. “É uma irresponsabilidade o que varejo faz em Mato Grosso”, destaca.

Segundo ele, a confiança do consumidor final é testada diariamente com a prática de preços cada vez maiores, sem respeitar as margens da cadeia. “A população mato-grossense deveria estar consumindo carne com a mesma qualidade por preço menores, não fosse essa política”, complementa.

 

Entenda

 

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Do campo à mesa, o boi passa por três etapas – produção, atacado e varejo.  Em 2012, o preço médio da carne era de R$ 13,12, o que significava uma arroba de R$ 196,80, enquanto no atacado a mesma medida valia R$ 94,64 e para o pecuarista, R$ 84,50. Uma diferença de 60% de preço, do produtor até o consumidor.

Entre o atacado e o varejo, o lucro era de 48%. Os números são da série histórica registrada semanalmente pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). No fechamento das primeiras semanas de fevereiro deste ano, em comparação a fevereiro de 2012, o preço médio da carne teve um aumento de R$ 8,72 por quilo nas gôndolas.

O lucro do atacado para o varejo dobrou e chegou a 100%. “Não há explicação técnica para todo esse aumento dos últimos anos”, ressalta Vacari.

Em dezembro de 2016, o consumidor mato-grossense pagou R$ 22,02 em média por quilo de carne, o maior já registrado pela série histórica, cuja variação foi de 4,66%, em relação a dezembro de 2015.

Por fim, Vacari orienta que fazer pesquisa de preço ainda é o melhor caminho. “É esse comportamento que impactará diretamente no preço aplicado pelo varejo”, finaliza.

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