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Taxa de juros do Plano Safra não agrada setor

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Taxa de juros do Plano Safra não agrada setor

O LIVRE conversou com alguns representantes das principais entidades do agronegócio brasileiro sobre o anúncio do Plano Agrícola e Pecuário para safra 2017/18. O montante destinado ao agronegócio chegará a R$ 190 bilhões, um incremento de 2,7% em relação à safra anterior. O que ainda intriga boa parte das entidades é a questão dos juros cobrados, acima da inflação prevista em 3,5% neste ano e acima da Selic – “taxa básica” de juros que baliza os financiamentos. Veja abaixo as opiniões de alguns empresários do setor.

carlos augustin

 

“Dentro das possibilidades da conjuntura nacional, acho que conseguimos manter um bom volume de recursos. É claro que a gente não gostou das reduções nos prazos de pagamento de algumas linhas de crédito de 15 anos para 12 anos. Mas não podíamos esperar coisa melhor diante da conjuntura econômica no país”.
Carlos Ernesto Augustin, vice-presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat)

“É obrigação do governo manter o plano todo ano, independente da dificuldade financeira. Mas nesta safra tem um grau de dificuldade maior. Em razão do teto de gastos, esperávamos que os valores fossem menores. Havia dúvidas ainda sobre a disponibilidade de recurso para o seguro agrícola”.
Marcos da Rosa, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho Brasil (Aprosoja Brasil)

“Nós reconhecemos a importância da redução dos juros no Plano Safra, fator indispensável para a contratação dos investimentos. Mas a alíquota média ainda é o dobro da inflação acumulada até abril deste ano, de 3,9%. Ou seja, o custo do crédito ainda é alto. Quanto aos recursos, ainda aguardamos um detalhamento das linhas de crédito para ver como a pecuária poderá ter acesso, pois a atividade tem ciclo mais longo e precisa de condições especiais”.
Marco Túlio Duarte Soares, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat)

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“O maior plano safra que o governo poderia fazer é investir em logística”, diz o presidente da Abramilho, Glauber Silveira

“É positivo. No papel, ele é muito bonito, o papel aceita tudo. O importante agora é acompanhar o desenrolar, se o dinheiro chegará aos produtores. No caso do milho, o incentivo à armazenagem de grãos é muito importante. Mas o maior plano safra que o governo poderia fazer é investir em logística”.
Glauber Silveira, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho)

“Poderia ter uma redução maior na taxa de jutos, tendo em vista que estamos tendendo para uma inflação de 3,5% ao ano e uma taxa básica de juros em queda com previsão de até 8% no final do ano. Por isso, defendo juros menores. Já o Moderfrota teve redução de um ponto percentual passando de 8,5% a 7,5% para quem fatura até R$ 90 milhões. O grande produtor não foi beneficiado, a taxa continua a 10,5% e isso é um ponto negativo”.
João Carlos Marchesan, presidente do Conselho Administrativo da Associaçao Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq)

“Da forma com que a agropecuária vem progredindo ano a ano, esperávamos mais recursos. Mas entendemos que o governo fez o melhor dentro das possiblidades. Nossos pedidos foram atendidos parcialmente. A redução da taxa de juros do PCA é uma grande vitória, entretanto, o governo reduziu 2% e não 4% conforme solicitamos. O aumento do limite para custeio de R$ 5 milhões também não foi atendido, mas o setor espera que o Mapa acabe com a divisão da liberação dos recursos por semestres”.
Normando Corral, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato)

*Colaborou Vinícius Tavares, Aprosoja Brasil.

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