O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a investigação ao ex-chefe do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaecco) em Mato Grosso, promotor Marco Aurélio de Castro, por suposto vazamento de informações de grampos telefônicos.
O ministro relator de um recurso da defesa, Ribeiro Dantas, disse que o teor do pedido para reclassificação e suspensão da denúncia é “insuficiente” e não desfaz as características de “clandestinidade” e “obscuridade” em torno do suposto vazamento.
“Não há como se considerar inepta a peça acusatória somente porque não descreve todos os mínimos detalhes da infração, que inclusive podem ser melhores apurados”, afirmou.
O promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro estava no centro das investigações das operações Arqueiro e Ouro de Tolo. Era apurado o envolvimento de servidores estaduais com empresas fantasmas, ligadas à Secretaria de Assistência Social (Setas).
Marco Aurélio teria vazado para um veículo de comunicação informações do grampo ao telefone da ex-primeira-dama de Mato Grosso, Roseli Barbosa.
Em 2019, o cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Correia Junior, disse que as conversas gravadas revelaram informações comprometedoras contra a ex-primeira-dama. Os diálogos eram claros, apontando que Roseli era a maior beneficiada do esquema.
O voto do relator foi seguido pelos demais membros do pleno do STJ.