Ednilson Aguiar/O LIVRE
Em conversa gravada pelo ex-secretário de Indústria e Comércio Alan Zanatta, o ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Silvio Cezar Correa Araújo, conta detalhes de como foi feita a entrega de propinas a deputados estaduais que aparecem em vídeos entregues por ele à Procuradoria-Geral da República (PGR). No total, R$ 450 mil foram repassados aos parlamentares em um único dia.
Silvio fechou um acordo de colaboração premiada com a PGR no bojo da delação de Silval Barbosa e seus familiares.
“Foi só num dia, a gente tinha R$ 450 mil e acabou tudo. Eles foram lá pra fazer pressão, todo mundo… estavam uns 15”, diz Silvio no áudio.
De acordo com o delator, três deputados cobravam de maneira mais ostensiva o recebimento dos valores: Baiano Filho (PSDB), José Domingos (PSD) e Gilmar Fabris (PSD). “Emanuel nem cobrava”, disse se referindo ao atual prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB).
Sobre o prefeito, Silvio relata uma conversa que teria tido com Silval Barbosa. “Eu falei ‘Silval, e o Emanuel?”. E ele respondeu, ‘Ah, eu quero que o Emanuel se f***. Estou preocupado é com o Alexandre César’”. O ex-deputado e atual procurador do Estado teria relação familiar com o ex-governador por meio de sua esposa. Emanuel diz que o vídeo estaria “fora de contexto”, o que é contestado pelo delator.
No áudio, Silvio diz não ter havido distinção no momento de fazer a gravação dos vídeos. “Não teve seleção, não foi escolhido, não. Quem veio na hora fazer pressão…”, disse. “É o que me salvou, se não eles não tinham aceito a minha delação. Eu não tinha nada”, completou Silvio.
O ex-chefe de gabinete afirma ter feito a gravação pois os deputados estavam indo ao gabinete pressionar para a liberação do dinheiro. Depois, ele diz não ter assistido aos vídeos. “Sabe que dia que eu vi essa p*** dessa filmagem? Só lá na Polícia Federal”, contou.
