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Ruas de Cuiabá | Marcos Antônio, uma vida de renúncia, vício e saudade

Todo domingo o LIVRE conta a história de um morador de rua que vive em Cuiabá

3 minutos de leitura
Ruas de Cuiabá | Marcos Antônio, uma vida de renúncia, vício e saudade
(Foto: Vanessa Suzuki / O Livre)

Há 27 anos, Marcos Antônio Duarte de Almeida, hoje com 39, escolheu as ruas de Cuiabá à casa dos pais. Nascido no Pará, ele veio para a Capital mato-grossense com os pais ainda pequeno. Mas com 12 anos percebeu que sentia prazer em estar na rua e desconforto em casa.

“Desde criança sempre gostei de estar na rua. Eu não gosto de ficar dependendo nem de pai, nem de mãe, nem de ninguém. Aí vim para a rua e estou até hoje”, contou Marcos Antônio ao LIVRE.

Antes de sair de casa, ele frequentava a escola, onde fez até a 5ª série. Quando foi para as ruas, largou tudo. No entanto, ele não lamenta a renúncia. “A rua me ensinou mais do que qualquer faculdade”, afirmou.

(Foto: Vanessa Suzuki / O Livre)

Acordar, trabalhar e dormir

Marcos afirmou não ter vontade de sair da rua. Ele vive de seu trabalho: limpar vidros de carro no sinaleiro da Avenida Coronel Escolástico, em frente à Paróquia Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, no Bairro Baú, região central de Cuiabá.

Quando se cansa e quer dormir, não escolhe lugar: para ele, qualquer espaço está bom. “Eu durmo em qualquer lugar. Aonde eu quiser deitar, eu deito e durmo”, contou.

Para Marcos, não há dificuldade em morar na rua. Após 27 anos de “experiência”, ele diz que já se acostumou e até gosta de sua condição. Aliás, ele nem se lembra de como era morar em uma casa, com os pais.

“Todo dia para mim é igual. Todo dia eu acordo e durmo”, disse.

(Foto: Vanessa Suzuki / O Livre)

Vício

Assim como os colegas já entrevistados pelo LIVRE, Marcos Antônio convive diariamente com o vício. “Eu bebo tudo e fumo tudo. Total flex mesmo”, afirmou.

Ele já tentou parar. Até hoje, não conseguiu. Mas sonha com o dia em que abandonará o vício das drogas.

Meu sonho é pelo menos parar de fumar nessa porcaria de vida. É difícil”.

Família

Da família, só tem contato com uma tia, que mora perto da região em que ele costuma ficar, no Centro de Cuiabá, e o visita com frequência.

Porém, sua maior vontade, quando parar de usar drogas, é ver a mãe, que mora no Rio Grande do Sul.

“Eu queria ver ela, queria ficar com ela pelo menos uma semana. […] Eu amo muito ela. É isso mesmo. O amor da minha vida”.

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Colaboraram Vanessa Suzuki e Isabella Suzuki.

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