A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira (22) três mandados de prisão preventiva, sete medidas cautelares e 12 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso.
Um dos alvos seria o ex-deputado federal Valtenir Pereira.
A operação, que recebeu o nome de Tapiraguaia, tem como objetivo investigar um esquema de desvio de recursos públicos que originou uma propina de, pelo menos, R$ 600 mil. Empresários e os prefeitos de Confresa e Serra Nova Dourada também estão envolvidos.
Os mandados são cumpridos em Cuiabá, São Félix do Araguaia, Serra Nova Dourada, Bom Jesus do Araguaia, Apiacás e também em Brasília. Foram expedidos pela Justiça Federal de Barra do Garças, que determinou ainda o sequestro de bens e valores.
A investigação
Esta já é a segunda fase da operação e resultado da análise dos dados bancários e dos objetos apreendidos durante a primeira ação da PF, deflagrada em janeiro.
O material aponta que um ex-deputado federal por Mato Grosso – cujo nome ainda não foi revelado pela Polícia Federal – montou um esquema de desvio de dinheiro federal destinado às prefeituras de Confresa e Serra Nova Dourada. O esquema teria operado entre 2014 e 2016.
Segundo a PF, o então deputado viabilizava convênios entre o Ministério da Integração Nacional – Secretaria Nacional da Defesa Civil – e as prefeituras. Os objetivos quase sempre eram a construção de pontes de concreto emergenciais, devido a enchentes provocadas pelas chuvas.
Os prefeitos, ao receberem os recursos federais, realizavam licitações repletas de irregularidades, combinando previamente com os empresários contratados para a execução das obras o pagamento de propina.
O esquema
O dinheiro era repassado aos políticos por meio de depósitos ou transferências em contas de terceiros. A análise policial também aponta a emissão de cheques, entregas de dinheiro em espécie e até mesmo pagamento de boletos e contas de energia e em estabelecimentos comerciais.
Para o ex-deputado, os pagamentos aconteciam, em regra, via depósitos em contas bancárias de seus assessores ou de empresas a eles vinculadas, sendo que uma das empresas é fantasma.
As obras da prefeitura de Confresa teriam gerado em torno de R$ 413 mil em propinas, enquanto as de Serra Nova Dourada o montante de R$ 187 mil.
São alvos da operação o ex-deputado federal, dois assessores, dois prefeitos, uma presidente de comissão de licitação, dois engenheiros fiscais e um assessor jurídico. Todos vão responder por organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e crimes licitatórios, podendo pegar até 40 anos de prisão.
(Com assessoria)