Principal

Queimadas estão proibidas em Mato Grosso a partir de sábado

5 minutos de leitura
Queimadas estão proibidas em Mato Grosso a partir de sábado

O Livre

Bombeiros Florestais

  Governo conta com um efetivo fixo de 250 bombeiros florestais para combater incêndios

 

Nos últimos 20 anos, Mato Grosso, segundo o Corpo de Bombeiros, tem figurado entre as três primeiras posições no ranking dos Estados do Brasil que mais registram queimadas em florestas. Atualmente, é o campeão. Para tentar minimizar o problema, a partir do próximo sábado (15), a realização de queimadas fica proibida até o dia 30 de setembro.

A medida é adotada anualmente e visa reduzir os riscos de os focos de calor atingirem níveis críticos, pelo fato de o período ser marcado pela baixa umidade do ar e falta de chuvas – fatores que aumentam as chances de o fogo se propagar. O plano de combate e prevenção às queimadas para este ano foi lançado nesta quarta-feira (12), em solenidade ocorrida no Parque Massairo Okamura, em Cuiabá.

Durante o período proibitivo, a utilização do fogo para limpeza e manejo de áreas rurais configura crime, que pode render de seis meses a quatro anos de prisão, além de multas que variam de R$ 1 mil a R$ 7,5 mil por hectare. Nas áreas urbanas, o uso do fogo para limpeza do quintal é crime o ano inteiro. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) ressaltou que, havendo necessidade, a proibição pode ser prorrogada. No ano passado, a prorrogação deu-se até o final de outubro.

Lucas Ninno/GCOM

Treinamento de combate a incêndios florestais

Bombeiros treinam combate a incêndios florestais 

Equipe e aviões
Para combater os incêndios, o governo conta com um efetivo fixo de 250 bombeiros florestais, além de aproximadamente mais 150 brigadistas. De acordo com o tenente-coronel Paulo Barroso, comandante do Batalhão de Emergência Ambiental, as unidades de conservação estadual receberão atendimento prioritário por serem mais sensíveis à ocorrência de queimadas.

Entre elas, encontram-se a Área de Proteção Ambiental (APA) Chapada dos Guimarães; Monumento Natural Morro de Santo Antônio; parques estaduais Gruta da Lagoa Azul, Serra de Ricardo Franco, Serra de Santa Bárbara e Araguaia; APAs Estaduais Cabeceiras do Rio Cuiabá e do Rio Paraguai e Transpantaneira.

Desde a segunda-feira (10), duas equipes do Corpo de Bombeiros encontram-se no Parque Estadual Gruta da Lago Azul tentando extinguir um incêndio que já consumiu 317 hectares de área.

“O número de combatentes florestais ainda não é o suficiente, mas a cada ano estamos incrementando. Além disso, temos a disposição duas aeronaves Air Tractor (de combate a incêndios), 1 helicópetoro do Ciopaer, 18 viaturas auto bomba tanque, cinco auto bomba tanque florestal, 16 caminhonetes e mais 11 de prefeituras parceiras. Temos confiança de que seguiremos dando continuidade à redução dos incêndios”, pontuou Barroso.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Borges Ferreira, reforçou que todo efetivo, de 1,4 mil profissionais, estará mobilizado contra as queimadas, mas ressaltou que os cidadãos podem contribuir. “Estamos buscando parceria com as prefeituras para que fiscalizem os terrenos, para que eles fiquem sempre limpos. Em áreas rurais, é necessário fazer aceiro, ter reserva de água e manter vigilância para proteger a propriedade”.

De acordo com o secretário executivo da Sema, André Baby, o plano prevê cerca de R$ 3 milhões em investimentos na estrutura de prevenção e resposta, o dobro do ano passado.”A Sema não vai ser conivente com os crimes ambientais e fará às demandas, responsabilizando quem teimar em fazer queimadas”, enfatizou.

Causas
Na avaliação do Corpo de Bombeiros, dois fatores colaboram diretamente para o alto índice de queimadas em Mato Grosso, Estado que tem a economia baseada no agronegócio: a ação do homem e a condição climática.

“Para ocupar e fazer uso do solo, o produtor rural retira a vegetação nativa (desmatamento) para plantio de pasto ou lavoura, e a derrubada seguida do uso do fogo (queimada) foi, e ainda tem sido uma prática comum. (…) o manejo inadequado do fogo sem o devido controle é uma das principais causas dos incêndios florestais”, consta em documento obtido pela reportagem.

De acordo com a Sema, de 1º de janeiro a 10 de julho de 2017, Mato Grosso já registrou 6.151 focos de calor, quantidade 18% inferior em comparação ao contabilizado no mesmo período do ano passado. A secretaria atribui a redução à diminuição de 16% no desmatamento ilegal na Amazônia Legal em 2016, caindo de 1.453,67 km² (2015) para 1.216,66 km², no ano passado.

Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), porém, entre 2015 e 2016, foram desmatados em Mato Grosso 3.109 km² de floresta amazônica, quantidade aproximadamente 40% superior à soma do que foi derrubado na área nos anos de 2013 e 2014 (2.214 km²).

As denúncias sobre queimadas podem ser feitas na ouvidoria da Sema: 0800 65 3838, no 193 do Corpo de Bombeiros ou diretamente nas secretarias municipais de Meio Ambiente.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes