Relator do projeto de lei que prevê o fim da progressão continuada nos ensinos fundamental e médio das escolas públicas, o senador José Medeiros (Pode-MT) deu parecer favorável à matéria, que está na pauta de votação da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado.
Para o parlamentar mato-grossense, o sistema foi implementado no Brasil sem que houvesse uma mudança estrutural e pedagógica que sustentasse esse modelo. “A progressão continuada, chamada de Escola Ciclada, transformou-se em aprovação automática dos alunos, que avançam os ciclos sem estarem prontos, até terminarem seus estudos sem estarem preparados para o mercado de trabalho e para a vida”.
Segundo ele, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996) implantou no Brasil a possibilidade de um aluno do ensino fundamental ou médio passar de ano sem ter atingido as notas mínimas para aprovação, permitindo a reprovação somente no fim de um ciclo, que engloba mais de um ano letivo ou série.
“A Educação, além de ser sem partido, precisa ser fiel à realidade. Não adianta tapar o sol com a peneira com números de ‘aprovação’, quando lá na frente as análises de desempenho mostram nossos jovens praticamente semianalfabetos. Esse sistema está causando uma decadência na qualidade da formação dos estudantes brasileiros”, ressaltou Medeiros.
Na opinião do senador, o país está deixando de crescer em razão da falta de qualidade na formação dos estudantes.
“Não é à toa que os resultados das avaliações de desempenho dos estudantes são vergonhosos e o Brasil ocupa sempre as piores posições na avaliação mundial de educação. Em 2015, entre 70 nações avaliadas, o Brasil ficou em 63º em ciências, 59º em leitura e 65º em matemática”, afirmou.
