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Produtores de Mato Grosso pedem a saída do presidente da CNA

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Produtores de Mato Grosso pedem a saída do presidente da CNA

Agência Pauta Pronta

CNA MUDANÇA

Produtores também pedem o fim da reeleição e do salário para o cargo, estimado em mais de R$ 70 mil

Produtores de Mato Grosso lideram movimento que pede a modernização e a saída do atual presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). Na noite da última sexta-feira (28), em Rondonópolis (215 km de Cuiabá), produtores rurais e representantes de entidades do setor produtivo lançaram o movimento “Muda CNA”.

Entre os pedidos do grupo está o fim da reeleição para presidência por tempo indeterminado – como ocorre hoje – e o fim do salário para o cargo de presidente, estimado em mais de R$ 70 mil por mês. O movimento defende ainda mudanças relacionadas à contribuição sindical e à modernização da entidade, que representa o setor nacionalmente.

À frente da CNA está João Martins da Silva Junior, que assumiu a confederação em 2014, quando a senadora Kátia Abreu se licenciou da presidência para assumir o Ministério da Agricultura. Martins ocupava a 1ª vice-presidência desde 2012. Ele também preside a Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb).

Revolta como Funrural

“O que temos vivenciado na Frente Parlamentar da Agricultura é que discutimos com a base, levamos as demandas adiante, e a CNA vai na contramão de tudo o que foi discutido”

Conforte o estatuto da entidade, o papel central da confederação é representar e fortalecer os produtores rurais brasileiros, integrando lideranças e associações em defesa de questões que envolvam a política agrícola nacional. Mas, para as entidades mato-grossenses isso não vem ocorrendo.

Em abril desse ano, duas das principais entidades do agro de MT emitiram nota repudiando a postura da CNA, que se mostrou favorável à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou constitucional a cobrança do Funrural – Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural.

À época, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, chegou a sugerir o afastamento do atual presidente do cargo. “Nos causou perplexidade a posição da confederação, oposta aos interesses dos produtores rurais”.

O deputado federal Adilton Sachetti (PSB) alega que não há diálogo com a CNA e que chegou a hora de os produtores buscarem uma nova direção. “O que temos vivenciado na Frente Parlamentar da Agricultura é que discutimos com a base, levamos as demandas adiante, e a CNA vai na contramão de tudo o que foi discutido”, argumenta. O senador José Medeiros (PSD) também endossou a fala do deputado. “Mato Grosso está na vanguarda dessa mudança”.

Para o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin, a entidade nacional não tem representado a classe. “Nos últimos meses a CNA tem nos envergonhado. O movimento pede mudanças para que as decisões sejam tratadas com mais clareza e, de fato, a favor dos produtores”, destaca.

Apoio

Em vídeos curtos para as redes sociais, 15 representantes de diversas entidades declararam apoio ao movimento, entre elas, a Aprosoja, Ampa, Abrapa, Famato, Aprosmat, Acrismat, Acrimat e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Também aderiram ao movimento presidente dos sindicatos rurais, como o de Primavera do Leste, José Nardes, que sugere a extinção da CCnfederação. “É um vício que existe há mais de 70 anos, temos que começar do zero. São 27 Estados que decidem por todo o Brasil, mas não é isso que ocorre com CNA, que muitas vezes atrapalha o setor agropecuário”, alega.

A reportagem do LIVRE procurou a CNA, mas até o fechamento da reportagem não obteve resposta.

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