Cuiabá

Pré-candidatos afirmam que dívida de Cuiabá dificultará gestão do próximo prefeito

Capital hoje acumula R$ 1,2 bilhão em restos a pagar e não tem dinheiro para investir em serviços públicos

2 minutos de leitura
Pré-candidatos afirmam que dívida de Cuiabá dificultará gestão do próximo prefeito
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

Pré-candidatos a prefeito de Cuiabá dizem que a dívida pública de R$ 1,2 bilhão pode ser um complicador para o primeiro ano do próximo eleito ao cargo. A situação exigiria medidas desconfortáveis, politicamente, para recolocar o caixa no eixo.

“Qualquer gestor que pegar Cuiabá do jeito que está hoje, endividada, sucateada, terá muito trabalho não só no primeiro ano [de gestão], mas terá muito trabalho, muita dificuldade para consertar a cidade; com certeza, é um grande desafio”, disse o deputado federal licenciado Fábio Garcia (União Brasil).

A dívida de R$ 1,2 bilhão foi calculada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) na análise das contas públicas desde 2017. O valor é composto por restos a pagar acumulados até o fim de 2022, não inclui dados das contas públicas em 2023.

Conforme o TCE, apesar de a dívida estar dentro dos limites permitidos por lei, o valor corresponde a mais de um quarto do orçamento de R$ 4,2 bilhões previsto para 2022.

Outro dado que chama a atenção e pode preocupar o futuro prefeito é a incapacidade de investimento público. Uma avaliação de Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) diz que a condição financeira de Cuiabá para investir em serviços públicos piorou por dois anos seguidos.

O município não teria hoje a capilaridade necessária para atender a toda demanda de serviços em áreas básicas, como saúde e educação. Cuiabá tem a segunda pior avaliação fiscal dentre as capitais brasileiras.

“Todas as dívidas que vão ficar, que estão sendo acumuladas, preocupam. Se realmente forem esses valores, são muito altos e preocupantes”, disse o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União Brasil).

O deputado federal Abílio Brunini (PL) diz que medidas desconfortáveis para os gestores, como redução de gastos e corte de pessoal, deverão ser consideradas, a partir de 2025, para recolocar em Cuiabá em situação financeira saudável.

“Eu já tinha dito que as contas estão piorando lá em 2020, e riram de mim na época. Agora, estamos vendo o que aconteceu. A situação vai ser difícil para qualquer gestor que assumir a cidade. Ele vai precisar de muita coragem se quiser melhorar a cidade”, afirmou.

O LIVRE também tentou contato com deputado estadual Lúdio Cabral (PT), também pré-candidato à prefeitura, mas não houve retorno. O espaço continua aberto.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
1
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes