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Português boêmio foi um dos primeiros a acionar a Justiça do Trabalho em MT

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Português boêmio foi um dos primeiros a acionar a Justiça do Trabalho em MT

Não é sempre que o trabalhador que busca indenização na Justiça do Trabalho tem seus anseios atendidos. É o que revela uma das primeiras ações trabalhistas encontrada nos arquivos do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso.

A história do português boêmio, João Martins veio à tona com uma série de pesquisas que a curiosa e perspicaz equipe de comunicação do TRT garimpou em arquivos que registram os 80 anos de trajetória da Justiça do trabalho em solo mato-grossense. Ao todo 145 histórias foram selecionadas e podem ser conferidas no livro “Foi Assim…” com tiragem inicial de 1500 exemplares, também disponível para download no site do TRT .

livro Foi Assim TRT

História do português boêmio é uma das primeiras do livro lançado em celebração aos 25 anos do TRT e registra 80 anos de atuação da Justiça do Trabalho em MT

O português é o protagonista da primeira história do livro. Do Rio de Janeiro, veio para Cuiabá em 1940 a fim de trabalhar em uma construtora. Mas quando chegou por aqui, envolveu-se em várias confusões. “Conhecido por chegar sempre embriagado, depois de passar noites regadas a álcool com direito a visitas a bordeis da cidade, teve má fama piorada quando, de acordo com os empregadores, armou uma grande confusão por ter batido no engenheiro da empresa, fato que resultou em sua dispensa sem aviso prévio”.

De acordo com o relato com linguagem leve que descomplica o processo, o português teria ficado indignado por ter sido mandado embora, pois tinha se mudado para Cuiabá a pedido da própria empresa.

Sem dinheiro para voltar ao Rio, buscou a Justiça do Trabalho. “Compareceu à Junta da Conciliação e Julgamento de Cuiabá assistido por uma rábula, profissional sem formação em direito, mas autorizado pelo órgão competente do Judiciário ou entidade de classe a exercer a função de advogado”.

No primeiro momento, conseguiu que a empresa fosse condenada a pagar o valor referente a um mês de salário como indenização por ter sido dispensado sem justa causa. Mas a empresa não deixou por isso, foi para cima e mostrou registros de detenções por andar embriagado pelas ruas, fazer piada de uma senhorita e por quebrar um taco em uma mesa de bilhar de um bar da cidade.

A decisão foi revertida em 4 de março de 1942 e assim, os julgadores consideraram que não a dispensa foi legal, já que ele não estava, digamos assim, se comportando muito bem: “não gozava de estabilidade no emprego”. Por fim, ele foi condenado a pagar as custas do processo.

Não se sabe o paradeiro do português depois disso. Talvez, seus descendentes até estejam por aqui, não é mesmo? Essas e outras histórias você pode acessar agora mesmo. Confira no site do TRT!

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