Religiosos, pobres e eleitores que não votaram no primeiro turno são o público-alvo dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), em Mato Grosso, para fazê-lo crescer no percentual de votos no segundo e vencer a eleição.
A estratégia foi montada nesta quinta-feira (13) em reunião entre partidos que apoiaram Bolsonaro no primeiro turno, encabeçados pelo União Brasil. A intenção é aumentar a votação em 10 pontos percentuais, de 59% para 69%.
Os sete partidos que estavam no arco de aliança no primeiro turno poderão indicar duas pessoas para participar da coordenação da campanha, com foco nas duas semanas por vir até o dia 30 de outubro. São 15 dias vistos como decisivos para mudar no cenário de disputa de votos entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Nós vimos hoje uma pesquisa com número de Lula variando entre 48% e 51%. A diferença para Bolsonaro não é grande, são os mesmos cinco pontos percentuais do primeiro turno. Então, nós teremos duas semanas, as que realmente vão decidir votos, para virar esse cenário”, disse o governador Mauro Mendes.
Ele ficou responsável por fazer ponte entre a campanha e líderes religiosos em Mato Grosso. Segundo ele, o primeiro contato deve ser feito ainda hoje para tentar atrair pastores e representantes da igreja católica para uma reunião na sede do União Brasil, amanhã (14).
Representantes do Partido Liberal (PL) disseram que tentarão marcar uma visita da primeira-dama Michelle Bolsonaro a Cuiabá na próxima semana, para reforçar a busca por voto com apelos pela religião e a assistência social.
O público de pessoas que não foram às urnas para votar no primeiro ficou em 23,3%. O percentual equivale a mais de 550 mil. É uma das apostas tentar tirar esses eleitores da falta de opção.
O argumento a ser usado fugirá dos embates sobre corrupção. A avaliação é que o convencimento de eleitores pelo aspecto da polêmica entre política e os casos de crimes já está esgotado. A exploração do assunto não terá impacto nas urnas.
A economia passou ao foco das falas. Mauro Mendes tem exploração a insegurança que cresce alimentada pela projeção de crise mundial a partir de 2023 e supostas dificuldades que o Brasil poderá ter caso o cargo de presidente seja troca e haja “uma guinada para a esquerda”.
Os nomes já definidos no grupo são, além de Mauro Mendes, o ex-senador Cidinho Santos, o deputado federal eleito Abílio Brunini (PL), o ex-secretário Mauro Carvalho (Casa Civil) e o empresário Reinaldo Morais.