Principal

Pesquisa que mede índice de qualidade de vida mostra que Brasil estagnou

4 minutos de leitura
Pesquisa que mede índice de qualidade de vida mostra que Brasil estagnou

Reprodução/TV Brasil

Pobreza

 

Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado nesta terça-feira (21) mostra que a qualidade de vida no país estagnou entre 2014 e 2015. O Brasil se manteve na 79ª posição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em um ranking de 188 países, com 0,754 ponto, informou a Agência Brasil.

Quanto mais próximo de 1 ponto, melhor a colocação na tabela, que há anos é encabeçada pela Noruega, país escandinavo que, entre 2014 e 2015, passou de 0,944 ponto para 0,949 ponto. Dentre os países latino-americanos, os mais bem colocados são Chile (38ª posição) e Argentina (45ª).

Crise, pobreza e desemprego
Segundo o PNUD, a queda no rendimento bruto nacional em 2015 fez com que o IDH no Brasil estagnasse. Os resultados refletem os efeitos das crises econômica e política que afetam o país desde 2014.

De acordo com o Pnud, mais de 29 milhões de pessoas saíram da pobreza entre 2003 e 2013. No entanto, o nível de pobreza voltou a crescer entre 2014 e 2015, quando cerca de 4 milhões de pessoas ingressaram na pobreza. No mesmo período, a taxa de desemprego também voltou a subir, atingindo mais de 12 milhões de pessoas. E a situação é mais grave entre jovens e mulheres.

Diante de situações como essa, o Pnud recomenda a adoção de políticas públicas universais afirmativas, que fortaleçam a proteção social e deem voz aos excluídos, formando um “colchão” para momentos de crise.

“É preciso garantir a consistência das melhorias [sociais e econômicas] de forma a proteger uma pessoa que tenha melhorado de vida para que ela não volte à situação de pobreza em caso de uma recessão econômica ou choque”, disse a coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional, Andréa Bolzon.

Latinos
Na América Latina e no Caribe, o Brasil também fica atrás de Barbados e do Uruguai (empatados na 54ª posição); de Bahamas (58ª); do Panamá (60ª); de Antígua e Barbuda (62ª); Trinidad e Tobago (65ª); da Costa Rica (66ª); de Cuba (68ª); da Venezuela (71ª) e do México (77ª).

Atrás do Brasil estão Peru (87ª); Equador (89ª); Santa Lúcia (92ª), Jamaica (94ª); Colômbia (95ª); Suriname (97ª); República Dominicana (99ª); São Vicente e Granadinas (99ª) e Belize (103ª). As demais nações latino-americanas, como Paraguai (110ª), El Salvador (117ª) e Bolívia (118ª), figuram entre os grupos de médio ou baixo IDH.

Riqueza na mão de 1%
Em termos globais, o Informe sobre Desenvolvimento Humano do Pnud mostra que, apesar de avanços mundiais, há ainda uma enorme quantidade de pessoas sendo deixadas para trás, em todos os países, inclusive nos de alto desenvolvimento humano.

“Temos um problema estrutural. A desigualdade tem aumentado no mundo inteiro. A impressão é que encontramos formas de aliviar os efeitos da pobreza e das privações, mas a desigualdade não está diminuindo, pois o ritmo com que a riqueza está sendo concentrada no topo da pirâmide é acelerado”, disse Andrea, lembrando que 46% de toda a riqueza global está nas mãos de apenas 1% da parcela mais rica da população mundial.

Cerca de 766 milhões de pessoas vivem com menos de US$ 1,90 por dia (o equivalente a cerca de R$ 5,90/dia). Aproximadamente 385 milhões dessas pessoas são crianças (considerada a renda per capita familiar).

Mulheres
Durante a apresentação do relatório à imprensa brasileira, a coordenadora Andréa Bolzon destacou como exemplo de desigualdade a situação das mulheres. “Não é possível alcançarmos desenvolvimento humano e sustentável se a desigualdade entre gêneros e a falta de empoderamento das mulheres continuar sendo uma realidade no mundo inteiro.”

De acordo com o relatório do Pnud, mulheres ganham em média 24% menos que os homens em postos de trabalho semelhantes. Além disso, na América Latina e no Caribe, para cada grupo de 100 homens vivendo em domicílios considerados pobres há 117 mulheres na mesma situação.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes