O senador Jayme Campos (União Brasil) disse que a defesa irrestrita do meio ambiente é feita por ONGs (Organizações Não Governamentais) com intenções criminosas. Ele comparou o trabalho de ONGs ambientais ao de facções, como PCC e Comando Vermelho.
“[O trabalho das ONGs] passou a ser uma verdadeira intranquilidade para a sociedade, sobretudo para os produtores rurais. Ninguém quer ser massa de manobra dos pseudodefensores dos indígenas, dessas ONGs, que são uma verdadeira quadrilha. PCC e Comando Vermelho são fichinhas perto delas”, disse.
A crítica foi feita durante a votação, ontem (16), do projeto de lei do marco temporal na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária no Senado. O senador Jayme Campos tem articulado a votação ágil do texto nas últimas semanas.
Ele diz que o projeto dá segurança jurídica sobre os assuntos de posse de terra no Brasil. O marco temporal limita a demarcação de áreas indígenas aos processos judiciais iniciados ou ocupações ocorridas até a data da promulgação da Constituição Federal, em outubro de 1988.
A articulação no Senado iniciou após o anúncio do pedido da Fundação Nacional dos Povos Indígenas de demarcação de 360 mil hectares no Norte de Mato Grosso como terra indígena. Cerca de 200 produtores rurais também estão na área.
Jayme Campos disse que “os povos indígenas independentes querem condições vida”, que incluiria estrutura tecnológica para produzir em suas reservas. Diferente da defesa de preservação total da mata brasileira.
“Queria fazer um desafio. Vou trazer aqui na Comissão no mínimo 10 caciques de reservas indígenas de Mato Grosso… Eles querem oportunidades, querem plantar, ter carro, telefone, ar-condicionado, condições de vida e não viver no estado de miserabilidade em que vivem”, afirmou.
