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Paulo Taques nega grampos e diz que prisão é desnecessária

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Paulo Taques nega grampos e diz que prisão é desnecessária

 

Ednilson Aguiar/O Livre

Paulo Taques preso

Paulo Taques, ex-secretário da Casa Civil, preso por determinação do desembargador Orlando Perri

 

O ex-secretário da Casa Civil de Mato Grosso Paulo Zamar Taques negou ter realizado ou ordenado grampos ilegais. Em nota distribuída à imprensa na tarde desta sexta-feira (4), horas depois de ser preso, ele classificou sua prisão como “arbitrária”. Taques foi preso preventivamente por decisão do desembargador Orlando Perri.

Ele afirmou ainda que recebeu com estranheza sua prisão, tanto pelas justificativas apresentadas pelo desembargador quanto pelo caráter preventivo, que considerou “absurdamente desnecessário” do ponto de vista legal. O ex-secretário nega ter obstruído a investigação, ocultado ou destruído provas.

Paulo Taques foi ouvido em audiência de custódia na 11ª Vara Criminal nesta tarde e ficará preso no Centro de Custódia da Capital (CCC).

VEJA AQUI A ÍNTEGRA DO MANDADO DE PRISÃO

Na decisão, Orlando Perri disse que considerou necessária a prisão para proteger as investigações. Ele afirmou que, em liberdade, Paulo Taques vinha buscando interferir diretamente na apuração dos fatos, usando a imprensa e sua influência sobre autoridades, como o secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas.

O desembargador viu também risco de destruição de provas, em função de o sistema Sentinela ainda não ter sido encontrado. Ele apontou, ainda, indícios de participação de Paulo na fraude no protocolo do Palácio Paiaguás.

Perri destacou, também, o prestigio de Paulo junto ao governo, não só por ser primo do governador mas por ter seu “braço direito” como sucessor na Casa Civil, José Adolpho.

Barriga de aluguel
Paulo Taques foi preso nesta sexta-feira (4), suspeito de envolvimento no esquema de grampos ilegais usando o método “barriga de aluguel”, em que números de telefones de cidadãos comuns, sem relação com a investigação, são inseridos em operações que interceptam organizações criminosas.

Entre eles, o da ex-amante do secretário, Tatiana Sangalli, da deputada estadual Janaina Riva (PMDB), do jornalista José Marcondes “Muvuca” e dos advogados José do Patrocínio e José Antonio Rosa. O esquema teria começado nas eleições de 2014 e continuado em 2015.

Leia a nota de Paulo Taques na íntegra:

NOTA OFICIAL
ADVOGADO PAULO TAQUES

O advogado Paulo César Zamar Taques, em face de sua arbitrária prisão, vem a público posicionar que:

* o advogado Paulo Taques não cometeu crime de escuta ilegal tampouco ordenou que cometessem tal prática ilegal;

* recebe com absoluta estranheza o pedido de prisão, tanto pelo rol de justificativas suscitadas pelo desembargador Orlando de Almeida Perri quanto pelo caráter preventivo da prisão, absurdamente desnecessário sob o prisma legal;

* Paulo Taques, absoluta e diferentemente de ilações levantadas no texto da representação pela decretação de prisão, não obstruiu investigações ou agiu no sentido de estimular a ocultação ou destruição de provas inquisitoriais, mantendo-se fiel à sua conduta moral como cidadão e advogado;

* dotado da prerrogativa do exercício profissional, como advogado regularmente inscrito sob o número 4.659 / OAB-MT, Paulo Taques retomou sua atuação ato contínuo à saída do cargo de secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso;

* Paulo Taques segue à disposição do Judiciário e das autoridades policias mato-grossenses, como sempre o fez, para quaisquer esclarecimentos que tragam à luz, com clareza solar, a verdade.

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