Os iniciados em temas espiritualistas certamente sabem o que significa o Itinerário de IO. Trata-se de uma simbologia que pretende acompanhar a evolução da raça humana na sua trajetória no Planeta. Começa no velho Egito, vai para Israel em seguida, para a Mesopotâmia, Tibete, Grécia, volta a Israel, China, entra na Europa através do Império Romano. No século 16 atravessa o Oceano Atlântico para a América do Norte e América do Sul. O ciclo se fecha no Brasil, particularmente no Centro-Oeste.

Aqui entra, por exemplo, a fundação de Brasília, em 1960, como centro político desse pólo final da trajetória humana. Mas entra, também, a ocupação da Amazônia brasileira a partir do começo da década de 1970. Aqui começa a nossa História. Vamos começar partindo do ponto em que as imigrações do fim do século 19 e começo do século 20 povoaram o Sul e o Sudeste do Brasil.

O tema das imigrações de alemães, italianos, russos, ucranianos, poloneses, japoneses e árabes marcou a cara sociológica do Brasil nos anos que se seguiram à libertação dos escravos em 1888. Uma longa conversa. Mas vamos, então, começar já na década de 1970 e daí pra frente mirando no futuro da raça humana e na finalização do Itinerário de IO. Em 1970, os descendentes das famílias européias que chegaram nos séculos 19 e 20 viviam uma situação social delicada no Rio Grande do Sul. Muitos estavam acampados na entrada de Porto Alegre, na chamada “Encruzilhada do Natalino”. Sem terra e em crise social, pouco mais de 60 anos depois de terem sido recebidos no Brasil como heróis que vinham da Europa para ajudar a construir um Brasil mais moderno.

Ao mesmo tempo, havia a necessidade estratégica de ocupar a Amazônia brasileira. Este também é tema para outro artigo futuro. Os descendentes dos migrantes subiram do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais, do Sul de Mato Grosso e de parte do Nordeste. A população de Mato Grosso em 1970 era de apenas 598 mil habitantes. Falo só da região Norte do Estado, que na época ainda não era dividido.

Em Mato Grosso havia uma mistura racial antiga. Portugueses, caboclos que vieram junto com os bandeirantes no século 18 e aqui ficaram, os índios bororos, os negros escravos, portugueses que vieram pra administrar a província e, depois do fim da Guerra do Paraguai, europeus. Havia ainda uma expressiva colônia árabe. Esses estavam represados em Montevidéu e em Buenos Aires. Não podiam chegar a Cuiabá porque os paraguaios impediam a navegação por seu território no rio Paraguai para chegar a Corumbá e a Cuiabá.

A partir da década de 1970 os migrantes duplicaram a população do Estado, chegando a 1 milhão e 139 mil habitantes. Grande parte eram os migrantes somados com os mato-grossenses originais. Nas décadas seguintes, Mato Grosso chegou a 3 milhões e 125 mil habitantes. Aí já é a soma dos migrantes e dos mato-grossenses antigos. Aqui cabe o título do nosso artigo.

O DNA europeu, japonês, árabe, português, negro, índio, caboclo, acabou por se misturar numa proporção completamente incapaz de ser avaliada. Mas é visível na sociologia. O mato-grossense original mudou fisicamente. O migrante também. Dos dois nasceram filhos “batizados” com uma espécie de “DNA universal”, já que carrega a herança de todo o Itinerário de IO.

A leitura final deste artigo é a de que as pessoas que hoje vemos nas ruas em qualquer cidade de Mato Grosso trazem uma poderosa herança genética que contempla todo o itinerário desde o velho Egito, passa pelas caravelas de Cabral, vem pelos rios em busca de ouro, sobe o rio Paraguai depois da guerra e chega a partir de 1970 pra dar o passo final no Itinerário de IO.

Só não será o passo final porque o futuro nos assinala com uma forte mistura com chineses que estão chegando a Mato Grosso em busca de comida para sua imensa população. De qualquer modo, estamos e estaremos falando de um possível DNA universal…!

Assinatura Coluna Onofre

 

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