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“Não temos mais portas abertas para falar com o governo”, diz presidente da Acrimat

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“Não temos mais portas abertas para falar com o governo”, diz presidente da Acrimat
Foto: Marcus Mesquita

Presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Túlio se queixou da, segundo ele, falta de comunicação do atual governo do Estado com o setor produtivo. A crítica foi feita na passagem por Juara (670 km de Cuiabá) do projeto “Acrimat em Ação”, para um público com mais de 200 pessoas, todas ligadas ao setor da pecuária.

“Não quero falar quem foi o melhor, mas no governo passado tínhamos as portas abertas para conversar com o governador”, disse, se referindo à gestão do ex-governador Pedro Taques (PSDB), numa comparação – ainda que velada – à administração Mauro Mendes (DEM).

O “Acrimat em Ação” passou por Juara na última sexta-feira (26). Na ocasião, Marco Túlio reconheceu que os diálogos com o governo Taques, nem sempre rendiam frutos. Afirmou, entretanto, que “às vezes, o 1% atendido na prática, na íntegra, já ajudava”. “Existia uma mesa de discussão sobre isso, coisa que nós não estamos conseguindo, não está avançando nesse governo”, reclamou.

O presidente ainda lembrou o caso da cobrança de contribuição para o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) sobre as commodities agrícolas. Conhecida como Fethab 2, a cobrança deveria ter sido extinta no final do ano passado, mas acabou renovada e incorporada ao Fethab pela gestão Mauro Mendes. O argumento usado para isso foi a crise financeira pela qual o governo passa.

“Desde o primeiro momento, quando fomos surpreendidos com a reedição do Fethab e, por um anseio desse governo de sobretaxar o agro e aumentar mais ainda a arrecadação, nós sentamos, tentamos articular, tentamos uma abertura, tentamos nos comunicar, mas não fomos felizes”, disse Túlio.

“Essa é uma dificuldade. Estamos todos os dias batendo na porta. Queremos conversar, queremos ajudar, então, perde o governo, perde o setor produtivo”, completou.

Entre as questões que os pecuaristas dizem precisar debater com o governo estão as barreiras sanitárias, como a retirada da vacinação. Conforme Marco Túlio, é preciso fazer um plano para curto, médio e longo prazos.

“A maior entidade que representa a pecuária do Estado de Mato Grosso quer discutir, quer conversar sobre a questão sanitária, infraestrutura, logística, sobre produzir algo de qualidade. Sobre ser referência não só no Brasil, mas no mundo”, pontuou, destacando entender que é necessário dar um tempo para a nova gestão se acomodar.

Outro lado

Em nota, o governador Mauro Mendes afirmou que, desde o início da gestão, nenhuma agenda com ele ou com o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, foi solicitada pela Acrimat.

Confira a íntegra da manifestação do governo do Estado:

“O Governo do Estado esclarece que está de portas abertas a todas as entidades, associações, órgãos e Poderes, sempre que solicitado, para a manutenção do diálogo com os diferentes setores da sociedade.

No entanto, do início da atual gestão até o momento, nenhuma agenda foi solicitada pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), junto ao Gabinete do governador Mauro Mendes, ou à Secretaria da Casa Civil. Importante ressaltar que o governador já participou de reuniões em que a diretoria da associação estava presente.

O Executivo reforça que continua à disposição da Acrimat e de seus representantes.“.

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