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Meio Ambiente e ONGs pedem veto às MPs que acabam com proteção a florestas

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Meio Ambiente e ONGs pedem veto às MPs que acabam com proteção a florestas

Armando Fávaro/Estadão Conteúdo

Floresta Amazônica perto de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas

Floresta amazônica perto de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas

 

 

O Ministério do Meio Ambiente e organizações socioambientais tentam convencer o governo a mudar de ideia e vetar duas medidas provisórias que acabaram com proteção de várias florestas protegidas da Amazônia, abrindo espaço para a exploração de unidades de conservação. Na segunda-feira, 29, o WWF enviou ao presidente Michel Temer uma carta em que pede o veto integral das medidas provisórias nº 756/2016 e 758/2016.

Em carta ao Palácio do Planalto, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura – que reúne empresas, ONGs e academia – alerta que a medidas “trazem danos irreparáveis à biodiversidade e ao clima” e sua sanção comprometeria “a credibilidade das necessárias iniciativas de desenvolvimento econômico no país”. 

ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, declarou que houve modificações nas MPs, que já foram aprovadas na Câmara e no Senado e agora só dependem da assinatura de Temer para se tornarem lei.

Organizações como Greenpeace, Instituto Socioambiental (ISA) e WWF também se mobilizam para tentar sensibilizar o governo sobre o rebaixamento ambiental que atingiu 597 mil hectares de terras na região amazônia, o equivalente a 5.970 quilômetros quadrados, quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

A Casa Civil informou que o tema “está em análise, sem posição ainda sobre vetos”. Fontes do Planalto dizem que dificilmente o governo cederá às pressões e que “não teria lógica” o Executivo vetar um projeto que ele mesmo elaborou. Também argumentam que “as reduções de áreas em determinadas localidades foram compensadas a maior em outras”. Na prática, porém, os aumentos dessas áreas não têm relação com o mesmo bioma ou relevância ambiental das regiões afetadas.

Madeira, pecuária e garimpo
A reclassificação dessas florestas passa a permitir que as áreas sejam usadas para atividades como retirada de madeira, agropecuária e mineração, além de serem compradas e vendidas por particulares. A unidade de conservação do Jamanxim, ainda que protegida, já tem sido um dos principais alvos de desmatamento em toda a Amazônia. Trata-se de uma região extremamente relevante para a região porque faz a conexão de outras áreas protegidas, ligando a bacia do Rio Xingu com a Bacia do Tapajós.

O Greenpeace criou a campanha #vetatudo, estimulando as pessoas a mandarem mensagem pelo veto total via rede sociais diretamente para o presidente. “Começaremos ainda conversas com aqueles que compram no rxterior os produtos agropecuários brasileiros e estão muito preocupados em não associar suas marcas a destruição florestal”, declarou a organização.

Ciro Campos, assessor do ISA, afirmou que a organização vai recomendar o veto integral porque as medidas são inconstitucionais e representam um crime contra a Amazônia. “Inconstitucionais, porque alteram unidades de conservação via medida provisória, o que só poderia ser feito por lei específica. E são criminosas, porque incentivam o desmatamento justamente onde a floresta mais precisa de proteção, causando um grave retrocesso ambiental”, declarou.

(Com Agência Estado)

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