Expectativa: meu filho virá ao mundo naturalmente, sem anestesia nem qualquer ajuda artificial. Se as mulheres de antigamente conseguiam, eu também conseguirei. 
Realidade: sim, você até consegue ter o parto normal, mas só depois de implorar pela anestesia. Afinal, dor de parto é inenarrável. 


Expectativa: cuidarei de meu filho sozinha e não precisarei da ajuda de ninguém.
Realidade: depois de algumas semanas de noites maldormidas, você suplica para seu marido, mãe, amiga ou qualquer ser humano responsável olhar seu bebê enquanto tira uma soneca de meia hora.

Expectativa: meu filho sempre estará limpinho, cheiroso e com roupas impecáveis.
Realidade: na terceira vez que você troca a roupa dele durante o dia, desiste e o deixa com a roupa manchada de algum suco ou comida. Você até se convence de que ninguém vai perceber.


Expectativa: você diz que quer apenas ouvir sua primeira palavra e não se importa com qual será, desde que fale.
Realidade: claro que a primeira palavra que ele fala é “papá” e você tem que ficar escondida ensinando-o a dizer “mamã”.


Expectativa: meu filho só assistirá televisão quando for mais velho.
Realidade: aos seis meses, ele já sabe toda a sequência do Baby Einstein, o único momento que você consegue fazer alguma coisa no dia.

Expectativa: meu filho só vai comer doce quando for mais velho. No mínimo, depois dos 2 anos.
Realidade: em todas as fotografias do aniversário de 1 ano ele aparece com um brigadeiro na mão.

Expectativa: meu filho só vai consumir alimentos integrais, verduras e frutas orgânicas e, talvez, seja vegetariano.
Realidade: o único verde que você vê é aquele que conseguiu colocar, escondido, no tempero da carne, que, por sinal, ele quer comer todos os dias da semana. 

Expectativa: nunca vou me envolver nas brigas do meu filho. Serei uma mãe ponderada, que entende que certas coisas acontecem. 
Realidade: depois que soube da briga dele com o coleguinha da escola, você tem que se controlar para não brigar com o amigo e com a mãe da criança.


Expectativa: não vou chorar quando ele for para a escola. Terei consciência de que é onde ele vai aprender e fazer amigos.
Realidade: você quase morre no dia que começam as aulas. Sabe que é o único caminho, mas seu coração fica partido mesmo assim.

Expectativa: você acredita que ele se desenvolverá no tempo certo, sem pressa. 
Realidade: a cada mês, você dá um jeito de pesquisar se o que seu filho está fazendo é o esperado e não está atrasado.

Expectativa: serei forte e vou aguentar todos os contratempos, desde cair de uma bicicleta até uma cirurgia.
Realidade: nós nunca aceitaremos problemas na vida dos filhos, principalmente se forem relacionados à saúde. Você até aguenta, mas nunca achará normal ou aceitável.


Expectativa: meu filho só vai usar equipamentos eletrônicos nos fins de semana.
Realidade: você dá sorte se consegue uma refeição sem algum aparelho ligado.

Expectativa: vou deixá-lo seguir seu caminho, sem influenciar.
Realidade: quando ele começa a falar das escolhas do futuro, você sempre acaba dando sua opinião, especialmente quando não concorda.

Expectativa: ele é livre para amar quem quiser.
Realidade: livre ele é, mas você tenta falar das garotas de que gosta mais sempre que tem oportunidade.

Expectativa: nunca vou gritar, falar alto ou perder a paciência.
Realidade: o que você faz quando já pediu, calmamente, para ele parar de jogar bola em casa ou terminar a lição? Grita e perde a paciência.

Expectativa: meu filho nunca vai falar palavrão e será o mais educado da turma.
Realidade: você implora todos os dias para ele não usar “palavras feias” e precisa insistir que cumprimente as pessoas toda vez que encontra alguém.


Expectativa: o que importa é competir, não precisa ganhar. Esse é seu mantra em cada competição e cada jogo que seu filho participa.
Realidade: você até que tenta se concentrar nesta ideia, mas sempre sai tão ou mais frustrada do que ele depois de uma derrota.

Expectativa: crio meu filho para o mundo.  
Realidade: você pode até fingir que concorda, mas nenhuma mãe está pronta para deixar seu filho voar. Você sabe que isso vai acontecer e não vai demorar, mas, por ora, aproveita cada segundo enquanto ele está protegido debaixo de suas asas. 

Assinatura Debora Nunes

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