Assessoria/TJ-MT
O juiz aposentado Paulo Eduardo Martini, de Sinop, envolveu-se em uma confusão durante audiência na Justiça do Trabalho. Martini é processado por Argemiro Pereira da Silva, em uma ação trabalhista que tramita em segredo de Justiça.
Em audiência da manhã desta terça-feira (23), Paulo Martini teria se desentendido com a advogada Luciana Koslowski Nazzari, que representa Argemiro da Silva no processo.
A confusão ocorreu na 1ª Vara do Trabalho de Sinop, em uma audiência conduzida pelo Juiz Pedro Ivo Lima Nascimento. “Nesse momento o Sr. Paulo Martini presente na sessão de audiência interviu em discussão entre a advogada do autor e o réu aqui presente chamando-a de “incompetente” ao que acusado pela referida advogada de “corrupto”, diz um trecho da ata da audiência.
Paulo Martini foi condenado pelo Tribunal de Justiça à perda do cargo em 2016. O então juiz era acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de ter solicitado pagamentos ilegais ao advogado Celso Souza, em troca de decisões favoráveis em processos defendidos pelo profissional. De acordo com o MPE, Martini teria pedido um trator agrícola e R$ 7 mil em dinheiro ao advogado.
O crime teria ocorrido em janeiro de 2004. Segundo narra o MPE, o advogado Celso Souza teria ido acompanhado de um sócio ao gabinete de Paulo Martini para falar sobre um pedido liminar de clientes em um processo de mandado de busca e apreensão de máquinas agrícolas.
Após os advogados saírem da sala, o juiz teria ido ao corredor e pedido que Celso Souza retornasse ao gabinete. De acordo com a denúncia, na ocasião o juiz teria solicitado um trator avaliado em R$ 30 mil para conceder a liminar favorável aos clientes de Celso Souza. Em um outro processo, Paulo Martini também teria ligado ao celular do advogado e solicitado que ele fosse ao gabinete para discutir o pagamento de R$ 7 mil para obter decisão favorável.
