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Jornalistas analisam crise dos grampos em Mato Grosso

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Jornalistas analisam crise dos grampos em Mato Grosso

Os principais problemas enfrentados pelo governo de Mato Grosso foram abordados no programa O Livre, exibido nesta terça-feira (30) na TV Cidade Verde, Band MT. O diretor-geral do LIVRE, o jornalista Augusto Nunes, conversou com os jornalistas Alexandre Aprá e Onofre Ribeiro, 

Na entrevista, Aprá avaliou que o escândalo das escutas telefônicas ilegais, que se configura como uma das crises mais agudas da gestão do governador Pedro Taques, pode revelar fatos obscuros dos bastidores da segurança pública do Estado.

“Existe uma disputa de grupos dentro da PM. As pessoas que oferecem esse tipo de serviço a quem quer que seja, governador ou secretário, fazem isso em troca de alguma coisa”

“Existe uma disputa de grupos dentro da Polícia Militar. As pessoas que oferecem esse tipo de serviço a quem quer que seja, governador ou secretário, fazem isso em troca de alguma coisa. A polícia está sempre naquela disputa interna por promoções, para a ocupação de cargos estratégicos dentro da Secretaria de Estado de Segurança Pública, no Comando Geral. Existe toda uma política dentro da Polícia Militar que talvez esteja vindo à tona agora”, pontuou Aprá.

Onofre Ribeiro, por sua vez, revelou que a prática de “grampear” adversários no campo político é antiga, que passou a ser mais disseminada no Brasil na época da ditadura militar. 

“Essa mania de bisbilhotar começou com os militares. Os serviços de inteligência, desde então, adquiriram vida própria. A arapongagem só mudou de cara e técnica. Em Mato Grosso a prática é usual, tradicional. E não só neste governo”, afirmou.

O cenário político para o próximo ano, em que Taques desponta como natural candidato à reeleição ao cargo de governador, também foi analisado. Para Onofre, caso a eleição fosse hoje, prevaleceria a incerteza. “Ao mesmo tempo em que acho que o governador não se reelegeria, ele também não teria concorrente”, disse.

“Essa mania de bisbilhotar começou com os militares. Os serviços de inteligência, desde então, adquiriram vida própria”

Para ele, o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB), que deixou o comando do Executivo municipal com elevada popularidade e cogitado como possível sucessor de Taques, “está com apetite de senador”.

No campo econômico, a Lei Kandir, que isenta os empresários de pagar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) voltado à exportação, e o agronegócio, tido como o pilar da economia do Estado, foram alvos de críticas por parte de Aprá.

“O modelo de agronegócio em Mato Grosso é de enriquecimento, não é de desenvolvimento”, afirmou. Para ele, com a ajuda da Lei Kandir, Mato Grosso “vira um estado feudal, criando bolhas de riqueza e de pobreza”. 

O Programa “O Livre” vai ao ar pela Band MT toda terça-feira, a partir das 19h25, e pode ser visto na página do LIVRE no YouTube.

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