Principal

Deputado quer usar regularização fundiária para ajudar saúde

3 minutos de leitura
Deputado quer usar regularização fundiária para ajudar saúde

Ednilson Aguiar/O Livre

Deputado Guilherme Maluf

 

Em meio à crise financeira na saúde em Mato Grosso, o deputado Guilherme Maluf (PSDB) propôs injetar recursos no setor por meio da regularização fundiária. Ele apresentou um projeto de lei para que 60% dos recursos vindos da alienação onerosa de terras públicas sejam aplicados na saúde. Os outros 40% ficariam com o Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat).

“Talvez não seja o suficiente, mas é uma outra alternativa”

A estimativa do tucano é que R$ 168 milhões possam ser arrecadados pelo Estado com os processos de regularização já em tramitação no Intermat. Desse modo, cerca de R$ 100 milhões seriam usados na saúde.

Não há, no entanto, previsão de quando esses valores entrariam no Tesouro Estadual, pois os processos de regularização de glebas e assentamentos costumam ser demorados. Algumas são áreas de intensos conflitos agrários.

“Talvez não seja o suficiente, mas é uma outra alternativa”, disse Maluf. “Entendo que o Intermat não tem corpo técnico para isso, mas outros órgãos poderiam ceder funcionários e poderíamos fazer uma força-tarefa e ir nesse nicho de recursos do Intermat para ajudar a financiar a saúde.”

O levantamento do tucano indica que R$ 50 milhões poderiam ser arrecadados com a Gleba Jarinã, em Peixoto de Azevedo; R$ 30 milhões com a gleba Rio Verde, em Sorriso; R$ 13 milhões com a Gleba Guariba, em Colniza; e R$ 10 milhões com a Gleba Maiká, em Marcelândia. Outros R$ 15 milhões viriam de áreas em outros municípios e mais R$ 50 milhões seriam obtidos com a regularização fundiária urbana.

Caos na saúde
A dívida do governo estadual com as unidades de saúde chegou a R$ 162 milhões na semana passada, valor que está sendo pago gradativamente com recursos retirados do Tesouro que estavam reservados para a folha de pagamento. Para resolver a situação financeira da saúde a médio e longo prazo, está sendo discutida a possibilidade de utilização de recursos do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab).

O entrave é que os dois setores mais beneficiados com o fundo – prefeituras e agronegócio – são contra. Na segunda, 29, e na terça-feira, 30, os prefeitos se mobilizaram e pressionaram deputados e governo para não perder recursos.

“O Fethab arrecada R$ 1,3 bilhão, dos quais R$ 230 milhões vão para os municípios. Não pode tirar de quem menos recebe”, argumenta o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PSD). O dirigente afirmou ainda que o governo deve R$ 83 milhões em repasses para a saúde dos municípios, sendo R$ 33 milhões do ano passado.

O agronegócio também já se posicionou contra ceder a fatia destinada à infraestrutura, cerca de R$ 700 milhões. “O setor produtivo entende e também vivencia o caos em que se encontra a Saúde de Mato Grosso e se solidariza com todos os envolvidos. No entanto, discorda da maneira como o poder público está buscando resolver os problemas desta pasta deixando outros setores descobertos”, diz trecho da nota emitida pelo Fórum Agro, que reúne entidades representativos do setor.

 

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes