A Polícia Civil entregou ao Tribunal de Justiça nessa sexta-feira (16) um dos sete inquéritos que investiga o caso de grampos telefônicos durante o governo de Pedro Taques. O resultado aponta indícios dos crimes de inserção de dados falsos em sistemas de informações, supressão de documento público e obstrução à Justiça.
O inquérito foi instaurado com o objetivo de apurar fraude no setor de protocolo da Casa Civil, tendo realizado o cancelamento, alteração e sumiço de uma vasta documentação apresentada por promotores à época, que denunciavam todo o esquema criminoso de grampos.
O ex-secretário chefe da Casa Civil, José Adolpho de Lima Avelino Vieira, e o ex-chefe do setor de protocolos, Rosinaldo Nunes de Almeida foram indiciados. As acusações apontadas contra eles são as três linhas de investigação: inserção de dados falsos em sistemas de informações, supressão de documento público e obstrução à Justiça.
O escândalo dos grampos veio a público em 2017. Conforme a Polícia Civil, uma central funcionava no Palácio Paiaguás sob a operação de membros da Polícia Militar e agentes civis.
A investigação dos militares, conduzida pela Justiça Militar, foi encerrada em 2019. O ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, foi condenado e recebeu sentença de oito anos de prisão em regime semiaberto.
Na época, ele ainda apontou Pedro e Paulo Taques como sendo responsáveis pelo esquema que interceptou diversos desafetos do então grupo político que comandava o Paiaguás.
Em novembro, o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, foi indiciado pela delegada Ana Cristina Feldner por obstrução da Justiça.