O gerente de operações da Norge Pharma no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumo de Cuiabá (CDMIC), Gustavo Henrique Matos, disse que a empresa assumiu o controle de logística do órgão com dois anos e meio de produtos vencidos em estoque.
Segundo ele, o CDMIC não tinha um planejamento de registro por data ou quantitativo de produtos disponíveis. O primeiro levantamento feito pela empresa, em março de 2020, identificou medicamentos com data de vencimento de 2017, 2018 e 2019.
“O CDMIC não tinha um controle massivo dos produtos em estoque, não dispensavam o que estava mais perto de vencer antes daquilo que tinha data mais distante. Do montante de medicamentos encontrados lá pela fiscalização, 99% já estavam em estoque quando eu assumi a coordenação de logística”, disse.
O gerente foi ouvido nesta terça-feira (17) como testemunha na CPI dos Medicamentos na Câmara dos Vereadores. A estimativa de prejuízo calculada pelos vereadores aponta para R$ 30 milhões, sendo cerca de R$ 15 milhões de produtos vencidos.
Segundo gerente, o CDMIC teve quatro diretores nomeados pela Prefeitura de Cuiabá durante os 19 meses de contrato da Norge Pharma.
Gustavo Henrique disse ainda que a quantidade de produtos vencidos pode ser associada à falta de controle do estoque e “superdimensionamento” da quantidade de produtos em relação à demanda.
Ele descartou que a pandemia pode ter potencializado o problema.