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Estudo mostra ser viável produzir etanol de milho em MT

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Estudo mostra ser viável produzir etanol de milho em MT

Um estudo realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostrou ser viável agregar valor à produção do milho mato-grossense utilizando o cereal para a produção de etanol. A medida seria uma forma de industrializar Mato Grosso, que consome apenas 14% da safra produzida em 4,7 milhões de hectares espalhados pelo estado. Neste ano os produtores bateram um recorde e conseguiram colher 30 milhões de toneladas, maior volume da história.

O estudo durou cerca de um ano e meio, teve a participação direta de 25 profissionais e de duas parcerias técnicas. Os analistas percorrem mais de 3 mil quilômetros, onze cidades, seis usinas e entrevistaram 70 pessoas. “A ideia era estudar todas as cadeias da construção dos clusters do etanol de milho. Produtores do cereal, de cana, de eucalipto e associações”, explica o gestor de projetos do Imea Paulo Ozaki, que esteve à frente do projeto.

Para facilitar a análise Mato Grosso foi dividido em sete macrorregiões, conforme a produção agropecuária. Para cada uma dessas regiões foi pensado e elencado o modelo de negócio mais viável, onde os técnicos levaram em consideração a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Valor Presente Líquido (VPL).

No médio-norte, por exemplo, o modelos de usinas mais interessantes seriam as “mini-usinas” ou “usinas full”. Esta última, necessitaria de um investimento de aproximadamente R$ 450 milhões e o retorno se daria a partir do sexto ano, com Valor Presente Líquido (VPL) de R$ 472 milhões com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 27,3%.

Já na região sudeste todos os modelos de negócio seriam bem aceitos. As regiões oeste e centro-sul comportariam melhor grandes investimentos. E as regiões noroeste, norte e nordeste, por serem áreas de expansão, só comportaria grandes investidores.

Outro ponto fundamental para a implantação de uma usina de etanol é o ponto de equilíbrio do milho, que variava entre R$ 26 e R$ 36 a saca conforme o tipo de modelo escolhido e a região. No modelo de usina full da região médio-norte a saca do milho pode custar até R$ 35 que haverá viabilidade, considerando o etanol a R$ 1,98 o litro. Em relação ao ponto de equilíbrio do preço do etanol, para ser viável, o preço pago à usina tem que oscilar entre R$ 1,30 a R$ 1,77/litro.

“Todas as análises levam em consideração o aumento da demanda por combustíveis no país e o aumento da oferta e demanda de milho no estado”, lembra Ozaki.

Entraves

Mesmo sendo viável, desde que bem planejado e estudado o negócio ainda enfrenta alguns entraves como a questão da logística que também afeta o agronegócio como um todo, tornando os produtos menos competitivos na ponta da cadeira. Há ainda uma preocupação em relação a oferta de biomassa, item fundamental para a produção de energia. 

“Hoje no estado a oferta e demanda  de eucalipto é muita justa. É um produto que demora a ser colhido. Em regiões como o médio-norte já tem um balanço negativo e isso é um fator precoupante”, destaca Ozaki.

Geração de Emprego

Segundo o estudo, a cada emprego direto o setor cria outros 14 empregos indiretos e mais 10 induzidos. “Se levarmos em consideração uma usina Full de milho, que gera 87 empregos diretos, o empreendimento tem o potencial de criar mais de dois mil empregos indiretos ou induzidos, impactando positivamente o município”, acrescenta Ozaki.

O estudo Clusters de Etanol de Milho foi elaborado a pedido da Aprosoja e Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras (Sindalcool-MT). “Concluímos que são diversos os impactos positivos para o desenvolvimento socioeconômico de Mato Grosso”, destaca o superintendente do Imea, Daniel Latorraca.

Para o presidente do Sistema Famato Normando Corral, é preciso mudar a realidade do estado e lembra que a exportação da matéria-prima nem sempre é sinônimo de renda. “Nosso papel é atrair e induzir investimentos para que consigamos industrializar nossos produtos, gerando emprego e renda para o estado e melhores preços para o produtor rural”.

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