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Estratégia de grupo era incriminar apenas Zaqueu e Gerson

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Estratégia de grupo era incriminar apenas Zaqueu e Gerson

Gcom

Coronel Zaqueu

Zaqueu Barbosa, ex-comandante-geral da Polícia Militar: segundo tenente, estratégia seria imputar todos os crimes ao coronel

A estratégia do grupo que supostamente montou um esquema de grampos telefônicos ilegais em Mato Grosso, para barrar as investigações sobre o caso era, se preciso, incriminar o ex-comandante geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, e o cabo Gerson Corrêa Júnior, os primeiros a serem presos quando o caso veio à tona.

A afirmação é do tenente-coronel José Henrique Soares, em depoimento à Polícia Civil ao qual a TV Centro América, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso, teve acesso. Segundo José Henrique, a orientação era evitar a todo custo a prisão preventiva do coronel Airton Siqueira Júnior, ex-secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos. Caso contrário, o grupo todo ficaria “enfraquecido”.

“A determinação foi a seguinte: a prisão preventiva do coronel Siqueira jamais poderia acontecer porque, se isso acontecesse, o grupo iria ficar fragilizado. Ele não mencionou os nomes, mas quando falou do coronel Siqueira, falou da Secretaria de Segurança Pública e houve uma menção do Paulo [Taques], eu já sabia que a coisa era grande”, disse.

José Henrique Soares é a principal testemunha dos inquéritos sobre o caso. A pessoa que, segundo ele, passou essa determinação foi o major da Polícia Militar Michel Ferronato, preso em setembro durante a deflagração da Operação Esdras.

O major foi descrito pelo tenente como o “mediador” do acordo que o grupo responsável pelos grampos pretendia firmar com ele: conceder a ele uma promoção ao cargo de coronel em troca de gravações em áudio e vídeo do desembargador Orlando Perri – que conduzia as investigações no Tribunal de Justiça –, a fim de afastá-lo do processo. Hoje, o caso está sob a responsabilidade do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Além de Ferronato e Siqueira, foram presos na operação Esdras o ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, o ex-secretário da Casa Militar, Evandro Lesco, sua esposa Helen Lesco, e o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques.

Soares disse ter tido contato com todos, exceto Rogers Jarbas. Ele deduziu a participação do ex-secretário, no entanto, porque, na semana em que Lesco teria lhe passado uma série de orientações sobre como agir para incriminar Perri, um inquérito foi aberto contra Rogers sob a acusação de tentativa de obstruir as investigações.

Já Paulo Taques foi advogado do tenente em um processo sem qualquer ligação ao caso dos grampos. Informações fornecidas por ele ao ex-secretário na ocasião, entretanto, teriam sido usadas pela esposa de Lesco para coagi-lo a participar do suposto esquema. “Informações que poderiam me comprometer. Minha carreira poderia ser completamente descontruída”, afirmou.

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