A crise econômica que caminha no rastro da covid-19 – assim como a taxa de infecção pelo novo coronavírus – parece estar perdendo força. O endividamento das famílias cuiabanas caiu quase 5% em agosto, quando comparado com junho deste ano. Foi o maior resultado desde o início da pandemia.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio-MT).
Ainda assim, os números assustam. Quase 70% das famílias afirmaram possuir dívidas. Em agosto do ano passado, eram pouco menos de 65%.
“O auxílio do governo federal contribuiu, positivamente, para a recuperação do consumo, auxiliando no pagamento de despesas dos cuiabanos”, avalia o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior.
O cartão de crédito – como sempre – é o líder dos motivos das dívidas. Cerca de 68% das famílias que têm contas a pagar, as têm por causa dele. No mesmo período do ano passado eram quase 72%.
Os carnês de compras parceladas aparecem em segundo lugar. Aproximadamente 35% das famílias têm problemas com eles. E o financiamento de carro é o motivo dos débitos de 8% dos cuiabanos.
Inadimplência
A pesquisa mostrou ainda que também reduziu o número de famílias que têm contas atrasadas. Em junho, elas somavam 42,4% do total de entrevistados. Em agosto, esse número diminuiu para 38%.
No entanto, o percentual ainda é maior se comparado a agosto do ano passado, quando 32% das famílias estavam nessa situação.
A quantidade de pessoas que afirmaram não ter condições de pagar essas dívidas atrasadas também caiu, mas de forma não tão expressiva. Em junho eram 17%. Em agosto, passou para 15,7%.
Por outro lado, esse foi o único indicador que reduziu em relação ao ano passado, ainda que de forma bem discreta. Em agosto de 2019, as famílias que não conseguiam pagar suas dívidas atrasadas somavam 16% das entrevistadas.
Rombo no orçamento familiar
Outro dado animador da pesquisa é que a parcela da renda familiar comprometida com o pagamento de dívidas também diminuiu.
Enquanto em junho, pelo menos, 25% do orçamento das famílias era usado só para pagar contas – o maior patamar do ano, até agora – em agosto esse percentual caiu para 23,5%. Um número bem próximo dos 22,8% registrados em agosto do ano passado.
(Com Assessoria)