O empresário da mineração Filadelfo dos Reis Dias disse nessa quinta-feira (17), em depoimento à CPI da Renúncia e Sonegação, na Assembleia Legislativa, que a sonegação no setor é até 10 vezes maior que o valor movimentado que o Estado tem conhecimento.
Para se ter uma noção, a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) afirmou em abril, também em depoimento na CPI, que entre 2019 e 2020 a exploração de minérios gerou R$ 7,1 bilhões para a economia.
“De cada R$ 1 pago corretamente de imposto, R$ 10 são sonegados. Falta uma fiscalização mais efetiva da Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente)”, disse Filadelfo Dias.
Ouro para a Bolívia
Ele é dono de uma área com mais de 12,5 mil hectares de exploração em Poconé (100 km de Cuiabá). O empresário afirmou que a exposição da exploração mineral ao crime é ilustrada pela extração de 45 toneladas de ouro que saíram da Serra do Caldeirão em Pontes e Lacerda (450 km de Cuiabá) para a Bolívia.
“Desse montante não tem um centavo que foi para o Estado, tudo foi para a Bolívia. É isso que estou dizendo, falta fiscalização preventiva”, ressaltou.
Poconé é dos municípios que mais movimenta o mercado de ouro, diamante e outros minerais em Mato Grosso. Em 2019, o montante foi de R$ 402 milhões e em 2020 saltou para R$ 595 milhões.