O governador Mauro Mendes (DEM) baixou um decreto de contenção de gastos, em conjunto com o decreto de calamidade financeira a ser votado pela Assembleia Legislativa. O estado de calamidade será usado para pressionar o governo federal a liberar recursos, como os cerca de R$ 500 milhões do Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações (FEX), e renegociar dívidas de empréstimos.
“Ontem em Brasília tentamos conseguir os recursos mas o ministro Paulo Guedes não foi claro se pode pagar, pois não está no orçamento”, relatou Mauro Mendes, em coletiva nesta quinta-feira (17). Diante da resposta, ele assinou o decreto de calamidade.
O governador descartou a possibilidade de atrasar repasses constitucionais aos outros Poderes, aos municípios e ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). No entanto ele admite furar a fila de pagamento das dívidas com fornecedores e inscritas em restos a pagar.
Mauro também refutou a possibilidade de que o estado de calamidade afaste investidores de Mato Grosso. “A análise de risco é feita com base em balanços objetivos e não em situações como essa. O problema financeiro é do governo, não é da economia privada nem do Estado de Mato Grosso. Todos os municípios estão com salários em dia apenas o governo estadual está com atraso”, afirmou.
Questionário sobre a possível responsabilização do ex -governador Pedro Taques (PSDB) pela crise fiscal, Mauro desconversou. “Essa é uma opinião do ministro Paulo Guedes, de que quem contribuiu para aprofundar a crise deveria ser responsabilizado por isso”, disse.