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“Ele disse que acha. Não posso cortar a boca de quem acha”, diz Taques sobre depoimento de Gerson

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“Ele disse que acha. Não posso cortar a boca de quem acha”, diz Taques sobre depoimento de Gerson
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

O governador Pedro Taques (PSDB) disse que o cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa, vai ter que provar as declarações feitas em juízo durante audiência na Décima Primeira Vara Militar de Cuiabá na madrugada de sábado (28). Na ocasião, ele afirmou que tanto Pedro quanto Paulo Taques, primo e ex-secretário do governador, seriam os “donos” das escutas ilegais instaladas no Estado, que ficaram conhecidas como Grampolândia Pantaneira.

“O cabo Gerson falou que ele acha que o Pedro Taques tá envolvido. Acha. Eu não posso falar e cortar a boca. Isso aí está sendo investigado e eu respeito a decisão do judiciário. Aliás, eu que pedi a investigação”, comentou Pedro Taques ao LIVRE, na noite desta terça-feira (31).

O governador também comentou a respeito da declaração de Gerson, que apontou que os primos Taques seriam os principais beneficiários do esquema de escutas ilegais, que grampeou, entre outras figuras, adversários políticos, jornalistas e advogados.

[featured_paragraph]“Isso é uma avaliação dele e isso ele vai ter que provar. Objetivamente é isso. Eu não posso ser responsabilizado porque uma pessoa fala que eu fiz tal coisa. Eu tenho meu direito constitucional à minha defesa, apesar de ser governador”, se limitou a dizer.[/featured_paragraph]

O cabo da PM foi o quinto a depor sobre a grampolândia, em uma sessão que levou mais de 15 horas para ouvir todos os réus. Na ocasião, Gerson Corrêa confessou sua participação no esquema, detalhou sobre o funcionamento e disse que Paulo Taques chegou a financiar o início da central de escutas ao pagar R$ 50 mil para que entrasse em funcionamento, ainda em 2014. Na época, Paulo Taques era coordenador de campanha do governador.

Durante a sessão, além de detalhar a função de cada um dos envolvidos, Gerson chegou a inocentar o coronel Zaqueu Barbosa, ex-comandante-geral da PM. Disse que os donos do esquema seriam Paulo e Pedro Taques, “longe da Polícia Militar”.

O caso
O esquema de grampos ilegais foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque à Procuradoria Geral da República (PGR), à quem afirmou que o governo do Estado tinha conhecimento sobre as escutas ilegais instaladas em Mato Grosso.

Inicialmente, o pedido de interceptação telefônica foi autorizado pela Justiça Estadual, mas teve a finalidade alterada depois que número de pessoas sem envolvimento em crimes terem sido incluídos – uma manobra chamada de barriga de aluguel.

Depois de ter alertado o governador Pedro Taques, Zaque procurou a PRG, em janeiro de 2017. O escândalo veio à tona após uma reportagem veiculada pelo Fantástico, em maio de 2017, na qual o promotor reafirma as denúncias.

O caso gerou a operação Esdras, que investiga o esquema e resultou no afastamento de diversos secretários. Ao todo, 13 pessoas foram presas no âmbito das investigações.

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