Política

“É uma piada do STF”, diz Mendes sobre marco temporal de terras indígenas

Governador diz que proposta feita pelo ministro Edson Fachin não tem "lógica na realidade" para ser implantada no país

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“É uma piada do STF”, diz Mendes sobre marco temporal de terras indígenas
(Foto: Terra Indígena Yanomami/Leonardo Prado/PG/FotosPúblicas/2015)

O governador Mauro Mendes criticou nesta terça-feira (31) o voto contra do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, ao marco temporal para a divisão de terras indígenas no país. 

Ele diz que a proposta encaminhada pelo voto ministro, relator do processo, não tem “lógica real” e tornou-se uma “piada”.   

“É um absurdo o que o STF está fazendo, sou 1000% contra [não estabelecer o marco temporal]. O que estão fazendo é uma piada. O que estão fazendo não fundamento, uma lógica no mundo real, tal qual o ministro Fachin quer propor. Eu espero que a maioria dos ministros vai ter lucidez e não cometer um crime contra o povo brasileiro”, disse ele em entrevista à rádio Conti. 

A medida defendida por ruralistas determina que a demarcação de área como terra indígena só aconteça se ficar comprovado no processo que os povos que cobram a demarcação estavam sobre o espaço antes de 5 de outubro de 1988, data da aprovação da Constituição Federal. 

Ruralistas em Mato Grosso afirmam que a rejeição do marco temporal irá retirar cerca de um milhão hectares de terra hoje em áreas de produção do agronegócio. 

Análise do Supremo 

O processo, registrado como recurso extraordinário, estava sub judice e o julgamento foi retomado no dia 26 pelo STF. O relator ministro Fachin havia determinado em maio de 2020 que a análise só voltasse a ser feita ao fim da pandemia no Brasil. 

O relator apresentou seu voto contra a adoção do marco temporal. Fachin disse que os direitos dos indígenas são fundamentais e “estão imunes às decisões das maiorias legislativas eventuais com potencial de coartar o exercício desses direitos”. 

O julgamento foi suspenso logo em seguida pelo pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. O presidente da Corte, Luiz Fux, marcou a retomada da análise para quarta-feira (1º).

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