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Drag queen ganha apoio de seção da OAB após falar sobre estereótipo de gênero com alunos

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Drag queen ganha apoio de seção da OAB após falar sobre estereótipo de gênero com alunos

YouTube / tvufjf

Femmenino

O trecho de um vídeo em que um estudante da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) montado como drag queen diz a crianças não haver distinção entre brinquedos de menino e menina viralizou após ser republicado e criticado nas páginas oficiais do deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e do movimento Escola Sem Partido. A iniciativa ganhou, no entanto, apoio de instituições como a subseção da OAB em Juiz de Fora depois da instalação da polêmica.

Originalmente postado no dia 11 de outubro tanto no canal da universidade no YouTube — onde tem 300 mil visualizações — como na página de Facebook da instituição, o trecho, de menos de 15 segundos, é parte de um vídeo de quatro minutos do programa Na hora do lanche. Coordenado pela diretoria de imagem institucional da UFJF, ele é exibido há dois anos com periodicidade mensal. A temática do programa que foi alvejado era o Dia das Crianças.

No vídeo, Nino de Barros, de 22 anos, aluno bolsista do curso de artes e design da UFJF que se monta como a drag Femmenino há dois anos, pergunta às crianças o que elas gostariam de ganhar como presente e afirma: “Vocês vão ficar aí pensando nessas coisas de menino e de menina, isso não existe”. Um garoto apoia a fala: “Isso é preconceito”, diz, seguido por outros colegas de classe.

No perfil de Bolsonaro no Facebook, o trecho do vídeo com a fala da drag foi postado em 14 de outubro, exibido mais de 880 mil vezes e contém uma frase que diz: “Prestem atenção na canalhice que estão fazendo contra nossas crianças”.

Vereadores de Juiz de Fora também se manifestaram contra o programa, e o Conselho Tutelar da cidade de Abraão Fernandes Nogueira pediu para o Ministério Público Federal apurar a conduta da escola e da drag. A subseção da OAB em Juiz de Fora, e o Colégio de Aplicação João XXIII, em que o programa foi gravado, no entanto, defenderam a iniciativa ressaltando que discutir questões de diversidade e gênero é papel da escola.

“Não esperava que a OAB fosse soltar uma nota a respeito disso”, revela Nino ao E+, surpreso com o apoio. “Fiquei muito grato pelo posicionamento das instituições”, diz.

Ele também comenta que, frente ao número de comentários homofóbicos que recebeu em sua página e por ter falado do caso já algumas vezes, prefere relatar as manifestações favoráveis a seu trabalho.

“Foram inúmeros comentários na minha página de pessoas disseminando ódio, mas estamos fazendo uma limpeza nisso, pois não é pra ser palco de discurso homofóbico”, diz. “Aquilo é pra disseminar amor e diversidade.”

(Com Agência Estado)

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