Os shows pirotécnicos marcam a virada do ano, mas tem quem não se divirta. Os cães e gatos, em especial, sofrem com o estampido dos fogos de artifício e por consequência, seus donos ficam angustiados. Algumas cidades brasileiras até deixaram de realizar a famosa queima de fogos neste ano, como Santos, Ilha Bela e São José do Rio Preto, no Estado de São Paulo e foram bastante elogiadas por ongs de proteção animal.
Com 18 cachorros em casa, o veterinário Neucimar Nunes tem propriedade para falar sobre o assunto. “Há pelo menos quatro anos passo a virada em um banquinho ao lado deles para dar apoio. Alguns já começaram a dar sinais de nervosismo, pois não se alimentaram nesta manhã e passaram a arranhar a porta tentando entrar em casa”, conta.
O veterinário Neucimar Nunes tem 18 cachorros em casa
Segundo o veterinário, o período é crítico e o estresse dos animais de estimação podem desencadear doenças e inclusive, provocar fugas. Sendo assim, é preciso estar em alerta. “Para eles é muito apavorante, pois animais de companhia, normalmente tem uma rotina e tudo que foge a ela os estressa. A sensação que sentem pelo desconhecido causa pânico”, explica.
Alguns, podem chegar a convulsionar, outros, podem sofrer com a epilepsia para toda a vida. Os epiléticos, podem até morrer. A desorganização cerebral pode gerar as convulsões e até distúrbios hormonais em decorrência do estresse, como problemas na tireoide e renais.
Consciente dos riscos aos pequenos animais, a Ong Cão Sem Dono, a exemplo, iniciou campanha pela conscientização dos problemas decorrentes dos fogos com explosivos. “Eles matam cães, gatos, aves, cabras, entre outros. É um crime. Uma maldade sem tamanho”, declararam em post.
Segundo os protetores dos animais, a audição dos cães, a exemplo, é muito superior à dos seres humanos. “Eles conseguem detectar qualquer barulho quatro vezes mais distante e ouvir frequências que vão desde os 10Hz até aos 40.000Hz. Já os gatos alcançam 65.000Hz. A audição do ser humano capta sons até 20.000Hz”.
A pedido do LIVRE, o veterinário Neucimar Nunes dá dicas para amenizar o sofrimento dos animaizinhos nesta virada de ano:
1 – Reserve ambiente fechado
Procure abrigar o bichinho em um ambiente fechado com pouca interferência acústica. Ele vai sofrer em estar preso, mas certamente, vai sofrer mais se ficar solto e exposto ao barulho.
2 – Faça toquinhas
Quando percebem o barulho eles tendem a entocar. Então, deixe disponível caixas de papelão – dá para colocar panos e almofadas se achar necessário – para que eles encarem como pequenas tocas e busquem refúgio.
3 – Se viajar, evite tirá-los de sua casa
Para os gatos, é muito pior. Eles são extremamente rotineiros e podem ficar ainda mais angustiados. Além disso, são muito mais ágeis e confiantes que os cachorros, o que pode acarretar que eles fujam. Fora isso, podem estranhar o familiar ou o amigo que estiver olhando por eles e estes, podem não saber como agir.
4 – Evite passeios sem coleiras
Ajuste bem a coleira e fique em alerta, pois ao sinal de qualquer barulho eles podem tentar fugir e assim, correm risco de serem atropelados, por exemplo.
5 – Não dê calmantes
Existem fármacos e fitoterápicos indicados para os mais estressados, porém, só podem ser prescritos por um profissional da medicina veterinária. E em muitos casos, devem ser prescritos com 30 dias de antecedência. Pode ser que o seu bichinho já seja portador de um mal crônico e a medicação inadequada pode leva-lo à morte.
6 – Tira de pano funciona?
O truque consiste em uma amarração com panos, muito utilizada nos cães, envolvendo o torso do animal em pontos específicos. A ideia é que ele se sinta abraçado, diminuindo a sensação de pânico, mas segundo o veterinário, pode não fazer efeito. O ideal é arrumar um brinquedinho novo para se distraírem e a presença do dono é essencial para se sentirem um pouco mais seguros. Os gatos, a exemplo, podem ficar ainda mais nervosos por estarem presos.
A melhor dica é ficar atento. Seu animalzinho vai precisar de apoio!
