Ednilson Aguiar/O Livre
Deputado federal Fábio Garcia foi destituído da presidência do PSB em Mato Grosso
Punido pela direção nacional do PSB, o deputado federal Fábio Garcia não quis adiantar qual a posição que adotará sobre o seu futuro partidário. Ele foi destituído da comissão provisória do partido em Mato Grosso, depois de votar a favor da reforma trabalhista, contrariando uma orientação da sigla.
“Eu respeito o partido, mas tive que fazer a minha escolha. Votei favorável à reforma trabalhista porque entendo que é o melhor caminho para o Brasil e para Mato Grosso”, disse o parlamentar, na tarde desta quinta-feira, 27. Com relação a destituição do cargo de presidente do partido no Estado, ele disse que não vai tomar nenhuma decisão precipitada. “Dei o voto consciente e vou continuar fazendo o meu trabalho”, afirmou.
Garcia, que está no primeiro mandato na Câmara Federal, não revelou se pretende trocar de partido. Além dele, a direção nacional encaminhou à Justiça Eleitoral a destituição das comissões provisórias de Roraima, Ceará e Mato Grosso do Sul, todas comandadas por deputados federais, que não cumpriram a orientação partidária.
“Não poderemos permitir um absurdo em que se enfraqueça o mais fraco. A reforma poderá ser feita, só não terá a digital do PSB, sob pena de renunciar aos seus verdadeiros ideais. Se nós precisamos fazer uma reforma trabalhista, que façamos para reforçar e equilibrar a relação entre capital e trabalho, não para tornar aqueles que já são fracos mais fracos ainda. Isso é um absurdo inaceitável e só farão, e se fizerem, por cima de nós e não conosco”, disse o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, na última segunda-feira, 24, durante a abertura do Seminário Nacional de Prefeitos e Vice-prefeitos do PSB 2017-2020, ocorrido em Brasília.
O partido não oficializou outras punições para os deputados que contrariaram a orientação, porém a questão deve passar pela Comissão de Ética. Também qualquer filiado pode entrar com o pedido para a perda do mandato. Garcia disse que antes da votação na Câmara Federal esteve com a direção do partido. Portanto, tinha consciência da punição.
“O colegiado ratificou por 20 votos a cinco uma resolução aprovada no XIII Congresso Nacional do partido, em 2014, contrária a “qualquer reforma trabalhista que promova a diminuição dos direitos conquistados, a precarização e que estabeleça supremacia do negociado sobre o legislado. Em seguida, por 20 votos a sete a Executiva aprovou o fechamento de questão contra a proposta do atual governo que altera as leis do trabalho”, cita uma postagem no site do partido.
Com exceção do deputado Ságuas Moraes (PT), a bancada de Mato Grosso votou favorável ao projeto de reforma trabalhista proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB). O deputado federal Adilton Sachetti (PSB) estava ausente por motivo justificado. Carlos Bezerra (PMDB), Ezequiel Fonseca (PP), Nilson Leitão (PSDB), Victório Galli (PSC) e Valtenir Pereira (PMDB) votaram a favor.