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Desembargador afirma que escutas foram legais

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Desembargador afirma que escutas foram legais

Gcom

Delegado Flávio Stringueta

 “O delegado não fez barriga de aluguel”, defendeu desembargador

O desembargador Orlando Perri defendeu o delegado Flávio Henrique Stringueta pelas escutas telefônicas feitas durante a Operação Querubim e disse que não houve o crime chamado de barriga de aluguel, quando se insere números alheios a uma investigação num pedido de interceptação à Justiça.

A juíza Selma Rosane Arruda havia encaminhado ao Tribunal de Justiça um ofício pedindo a análise do caso depois que o desembargador Rui Ramos, presidente do órgão, solicitou uma devassa em todas as escutas autorizadas no Estado. Selma foi a juíza que autorizou a interceptação telefônica.

“Eu solicitei relatório sobre a investigação da ‘Operação Querubim’ e constatei que o delegado não fez barriga de aluguel, como estão dizendo por aí”, afirmou o desembargador em nota encaminhada pela assessoria do Tribunal.

Nessa operação, o delegado investigava, junto com a delegada Alana Cardoso, uma ameaça contra a vida do governador Pedro Taques (PSDB) e do ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques que teria supostamente partido do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Foram interceptados dois números de telefone pertencentes a Tatiana Sangalli, ex-amante de Paulo Taques, e Caroline Mariano, secretária dele na Casa Civil. Depois de um mês de investigação, foi constatado que a ameaça não era real e caso foi arquivado.

O desembargador, contudo, afastou Stringueta do processo julgado por ele para apurar os casos de “barriga de aluguel” realizados por policiais militares no Estado. Membros do Ministério Público Estadual (MPE) são citados no processo — o delegado da Polícia Judiciária Civil não possui competência para investigá-los.

Orlando Perri determinou que o procurador-geral de Mato Grosso, Mauro Curvo, realize uma investigação no MPE para apurar estas escutas telefônicas irregulares. Parte do processo segue em segredo de Justiça para evitar que as investigações sejam atrapalhadas. Outra parte teve o sigilo revogado pelo desembargador. A determinação para que o MPE investigue o caso partiu de uma queixa-crime apresentada pela seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT).

Barriga de aluguel
Os grampos vieram à tona em 11 de maio, quando uma reportagem do Fantástico esteve em Cuiabá apurando o caso. Uma denúncia feita pelos procuradores Mauro Zaque de Jesus e Fábio Galindo, enquanto ocupavam os cargos de secretário e adjunto de Segurança Pública, apontava que em uma investigação de tráfico de drogas em Cáceres haviam sido inseridos telefones de pessoas que não tinham qualquer relação com os crimes.

Telefones da deputada estadual Janaína Riva (PMDB), do advogado eleitoral ligado ao PMDB José do Patrocínio, do desembargador José Ferreira Leite, do ex-vereador Clovito Hugueney, de Tatiana Sangalli, um telefone do Gaeco, de médicos e outros foram grampeados.

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