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Delegado pede autonomia financeira da Polícia Civil após operação que prendeu secretários

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Delegado pede autonomia financeira da Polícia Civil após operação que prendeu secretários

Ednilson Aguiar/ O LIVRE

Rogers Afastado Stringueta

Delegados Flávio Stringueta e Ana Cristina Feldner, que atuam nas investigações do suposto esquema de grampos ilegais

A Operação Esdras, deflagrada nesta quarta-feira (28/9) e que culminou na prisão de quatro secretários e ex-secretários do governo Pedro Taques (PSDB), pode servir como bandeira a um pedido de autonomia financeira e administrativa para a Polícia Judiciária Civil.

O assunto foi levantado pelo delegado Flávio Stringueta, que participa das investigações sobre o suposto esquema de grampos ilegais em Mato Grosso.
De acordo com uma postagem feita por ele em seu Facebook, ações semelhantes só não teriam ocorrido antes porque “governos controlam as ações dos investigadores, principalmente, com a limitação de seus orçamentos, fazendo com que os gestores [da Polícia] mendiguem recursos para manterem suas necessidades básicas”.

“Peço à população que se sensibilize com isso, que nos ajude nessa luta pela aquisição da necessária e essencial autonomia financeira e administrativa, já existentes no Judiciário e no Ministério Público. Com isso, nenhum governo, atual ou a vir, poderá nos impedir de agir com a energia que a sociedade espera para lhe proteger e dar as respostas que esperam”, defendeu o delegado.

No texto, Stringueta afirma que a operação foi inédita, não apenas no Estado, mas no país, justamente porque foram detidos secretários de governo ainda no exercício de seus cargos. Segundo ele, o mais próximo a isso só havia sido realizado pela Delegacia Fazendária, em investigações relacionadas à gestão Silval Barbosa (PMDB), mas apenas “quando os presos já eram ex”.

O ineditismo, ainda de acordo com o delegado, foi o que culminou em uma nota do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo que parabenizou a delegada Ana Cristina Feldner, que está à frente das investigações a convite do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, relator dos inquéritos abertos até agora.

“Obviamente, essa nota deve ser estendida a todos os policiais que nos auxiliaram de alguma forma na ação, todos eles sabendo que podem sim sofrer algum tipo de retaliação, não por parte da diretoria, mas daqueles que ainda tratam as instituições, especialmente a Polícia Judiciária Civil de MT, como instituição de governo, ao invés de instituição do estado que somos”, escreveu Stringueta.

A operação Esdras prendeu os secretários de Justiça e Diretos Humanos, Airton Siqueira Júnior, e de Segurança Pública, Rogers Jarbas, além dos ex-secretários da Casa Civil, Paulo Taques, e da Casa Militar, Evandro Lesco, junto com outras quatro pessoas, entre elas civis e militares.

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